A delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, Bárbara Lomba, fala sobre caso de anestesista preso por estuproSandro Vox/Agência O Dia
Publicado 12/07/2022 17:07 | Atualizado 12/07/2022 17:13
Rio - A delegada Bárbara Lomba, responsável pela investigação do caso de estupro cometido por um anestesista, disse, nesta terça-feira (12), que o médico é investigado agora por seis casos similares. De acordo com a titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti (DEAM), três vítimas foram abusadas por Giovanni Quintella Bezerra no domingo e outras três procuraram a distrital.
O anestesista está preso desde a madrugada desta segunda-feira, quando agentes da Deam o prenderam em flagrante pelo crime de estupro contra uma paciente. O caso foi flagrado por enfermeiras que desconfiaram do comportamento do médico e deixaram um celular filmando dentro de sala de parto, no Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
"Os três do dia 10 de julho, os indícios são bem mais fortes. Os indícios são mais fortes. Há todo um relato da equipe de enfermagem e o vídeo da terceira cirurgia, mais os três que nos procuraram entre ontem e hoje", disse a delegada.
Ainda segundo Lomba, parte das vítimas teriam sido atendidas pelo médico em outro hospital, por isso será necessário levantar prontuários e demais documentos que procedimentos foram realizados.
"A gente quer que esse inquérito seja concluído o mais rápido possível. A prisão temporária tem o prazo de dez dias, então vamos tentar concluir dentro desse prazo", afirmou a titular da Deam.
Preventiva
Nesta tarde, a Justiça converteu em preventiva a prisão temporária do médico, o que deve ampliar o tempo para que as investigações do caso corram. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), o anestesista foi encaminhado para o Presídio Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste.
Durante a coletiva, a delegada também falou sobre a tentativa de intimidação feita pelo anestesista contra a equipe de enfermagem. "A intenção foi colocar uma barreira para que as pessoas desistissem. Isso é imposição de poder", comentou ela.
Medo de represálias
O medo de perder o emprego teria impedido, inclusive, que os profissionais se identificassem durante a denúncia. "Os funcionários demonstraram medo de represálias. Não disseram de onde viriam essas ameaças, mas estavam com receio no geral", revelou Lomba.
Foi a equipe que suspeitou do comportamento do médico anestesista e resolveu gravar o terceiro parto cesárea realizado no plantão do último domingo (10), no Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti. Segundo os profissionais, a forma como Giovanni se comportava, além da quantidade de sedativo aplicado por ele nas pacientes chamaram a atenção.
Uma das enfermeiras teria reparado em movimentos estranhos feitos por ele durante o procedimento, que sugeriam a prática do crime. Na filmagem feita pela delegada em visita ao hospital, a paciente revela que ele ficava a todo momento tampando a visão do restante da equipe para o ponto onde a cabeça da vítima ficava.
Leia mais