Publicado 13/07/2022 14:52 | Atualizado 13/07/2022 17:24
Rio - A estudante Camillie Pereira, de 19 anos, e o taxista Luiz Henrique Câmara Figueira, de 55 anos, que teria feito ofensas racistas à jovem, estão sendo ouvidos pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR). Conforme informou o DIA, as ofensas teriam ocorrido quando a vítima saía de uma festa no Méier, Zona Norte da cidade, na noite do domingo passado (10). De acordo com a SMTR, caso confirmadas as acusações, durante o processo apuratório, a permissão do taxista será cassada.
“O aplicativo Táxi.Rio Cidades é o intermediador de corridas entre taxistas e passageiros. Prezamos que nossos usuários tenham a melhor experiência possível na utilização da nossa plataforma”, informou por nota a SMTR acrescentando que o caso também está sendo apurado pela A IplanRio, Empresa Municipal de Informática da Prefeitura do Rio. A Prefeitura orientou também que, caso alguém tenha outras denúncias sobre esse taxista, encaminhe para o telefone 1746.
Depois ter consultado o aplicativo de táxi da Prefeitura do Rio, na noite de domingo, a estudante preferiu ir com um motorista de outro aplicativo devido ao menor preço da corrida. O taxista teria chegado ao local e perguntado para a mãe de Camillie, que também é negra, pelo nome que teria aparecido no aplicativo. As duas, porém, embarcaram no carro onde o motorista de outro aplicativo as aguardava.
Segundo Camillie, alguns minutos depois, o taxista ligou para o celular dela e a ofendeu: "Sua filha da p..., tô aqui na porta, sua macaca. Não tô à disposição de macaca". Abalada com o ocorrido, a estudante disse que ao ouvir as palavras da pessoa do outro lado da rua sentiu como se tivesse levado um tapa no rosto:
"Fiquei trêmula, minha nuca doía, eu me bati. Foi horrível", conta a estudante.
“O aplicativo Táxi.Rio Cidades é o intermediador de corridas entre taxistas e passageiros. Prezamos que nossos usuários tenham a melhor experiência possível na utilização da nossa plataforma”, informou por nota a SMTR acrescentando que o caso também está sendo apurado pela A IplanRio, Empresa Municipal de Informática da Prefeitura do Rio. A Prefeitura orientou também que, caso alguém tenha outras denúncias sobre esse taxista, encaminhe para o telefone 1746.
Depois ter consultado o aplicativo de táxi da Prefeitura do Rio, na noite de domingo, a estudante preferiu ir com um motorista de outro aplicativo devido ao menor preço da corrida. O taxista teria chegado ao local e perguntado para a mãe de Camillie, que também é negra, pelo nome que teria aparecido no aplicativo. As duas, porém, embarcaram no carro onde o motorista de outro aplicativo as aguardava.
Segundo Camillie, alguns minutos depois, o taxista ligou para o celular dela e a ofendeu: "Sua filha da p..., tô aqui na porta, sua macaca. Não tô à disposição de macaca". Abalada com o ocorrido, a estudante disse que ao ouvir as palavras da pessoa do outro lado da rua sentiu como se tivesse levado um tapa no rosto:
"Fiquei trêmula, minha nuca doía, eu me bati. Foi horrível", conta a estudante.
De acordo com Camillie, as ofensas foram testemunhadas pelo motorista de outro aplicativo que a levava acompanhada da mãe, também negra. Após as ofensas, a vítima procurou uma viatura policial, que abordou o taxista suspeito de fazer as ofensas.
O taxista, a mãe da jovem, Camille e o motorista do outro aplicativo foram levados pelos policiais militares para a 26ª DP (Todos os Santos), onde o caso foi classificado como "Injúria por preconceito", na madrugada de segunda-feira (11). A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento.
Pai de jovem também é taxista
A moça, que sonha em cursar faculdade de geologia, já gravou músicas de rapper ao lado do pai, Fernando Pereira, o Nando-E, que, além de músico, também é taxista. Ele conta que já teve corridas canceladas por passageiros, ao chegar no local, mas que nunca agiu com ofensas e grosserias.
"Não busco um processo contra ele (o taxista), estou apenas defendendo a minha filha. Entendo a profissão dele, mas isso não o dá o direito de ofender as pessoas. Somos crias da favela, negros e passamos por situações de preconceito constantemente", diz o pai da jovem lembrando que ela sofre com atos de preconceito desde a infância.
Ao lado do pai, Camille gravou uma música falando sobre os problemas enfrentados pelas favelas. Além disso, a jovem já gravou clipe com outras meninas falando sobre o empoderamento feminino e das lutas das mulheres. "Sua atitude sempre me consome", diz um trecho da música que afirma: "Machistas e racistas não passarão".
O outro lado da história
Procurado pelo DIA, o taxista suspeito de ter feito as ofensas nega a versão contada pela estudante. "Eu liguei para ela na hora em que cheguei à porta do clube para avisar que havia chegado. Ela chamou uma corrida pelo App. Por isso, liguei. Só para ilustrar, minha mulher é uma negra. Não faço ideia do que aconteceu. De verdade. Espero que se elucide", disse o taxista em um primeiro momento.
Em seguida, Figueira se mostrou irritado com a situação: "Estive na delegacia, peguei o BO (boletim de ocorrência) e vou fazer andar. Nunca havia entrado em uma delegacia na condição de acusado. Injusto, eu nem havia visto ela. Sou casado com uma negra há 12 anos, uma mulher extremamente digna. Não sou nenhum analfabeto ou ignorante para xingar uma pessoa com injúrias raciais. Muito menos com as minhas raízes. Vou processá-la para que pense duas vezes antes de constranger um pai de família novamente".
O taxista, a mãe da jovem, Camille e o motorista do outro aplicativo foram levados pelos policiais militares para a 26ª DP (Todos os Santos), onde o caso foi classificado como "Injúria por preconceito", na madrugada de segunda-feira (11). A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento.
Pai de jovem também é taxista
A moça, que sonha em cursar faculdade de geologia, já gravou músicas de rapper ao lado do pai, Fernando Pereira, o Nando-E, que, além de músico, também é taxista. Ele conta que já teve corridas canceladas por passageiros, ao chegar no local, mas que nunca agiu com ofensas e grosserias.
"Não busco um processo contra ele (o taxista), estou apenas defendendo a minha filha. Entendo a profissão dele, mas isso não o dá o direito de ofender as pessoas. Somos crias da favela, negros e passamos por situações de preconceito constantemente", diz o pai da jovem lembrando que ela sofre com atos de preconceito desde a infância.
Ao lado do pai, Camille gravou uma música falando sobre os problemas enfrentados pelas favelas. Além disso, a jovem já gravou clipe com outras meninas falando sobre o empoderamento feminino e das lutas das mulheres. "Sua atitude sempre me consome", diz um trecho da música que afirma: "Machistas e racistas não passarão".
O outro lado da história
Procurado pelo DIA, o taxista suspeito de ter feito as ofensas nega a versão contada pela estudante. "Eu liguei para ela na hora em que cheguei à porta do clube para avisar que havia chegado. Ela chamou uma corrida pelo App. Por isso, liguei. Só para ilustrar, minha mulher é uma negra. Não faço ideia do que aconteceu. De verdade. Espero que se elucide", disse o taxista em um primeiro momento.
Em seguida, Figueira se mostrou irritado com a situação: "Estive na delegacia, peguei o BO (boletim de ocorrência) e vou fazer andar. Nunca havia entrado em uma delegacia na condição de acusado. Injusto, eu nem havia visto ela. Sou casado com uma negra há 12 anos, uma mulher extremamente digna. Não sou nenhum analfabeto ou ignorante para xingar uma pessoa com injúrias raciais. Muito menos com as minhas raízes. Vou processá-la para que pense duas vezes antes de constranger um pai de família novamente".
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.