Publicado 09/08/2022 18:38
Rio - O médico Bruno Nogueira Teixeira, que solicitou a transferência de Bruno Krupp, de 25 anos, à UTI do Hospital Marcos Morais, no Méier, prestou depoimento por mais de três horas, nesta terça-feira (9), na 16ª DP (Barra da Tijuca). A Polícia Civil abriu um inquérito contra ele na semana passada. A investigação é para apurar se Teixeira praticou crime de falsidade ideológica e fraude processual. Na ocasião, Bruno Nogueira indicou um suposto problema nos rins e a necessidade do influenciador ser submetido a uma hemodiálise, além de exames.
Ele chegou na distrital acompanhado de um advogado e não falou com a imprensa inicialmente. Na saída, após o depoimento, o médico esclareceu que sua conduta em relação ao paciente Bruno foi técnica e que não tem dúvidas de ter tomado a melhor decisão possível ao solicitar a sua internação. O profissional explicou ainda que em nenhum momento se opôs à transferência do modelo ao hospital prisional, porém, segundo o mesmo, a unidade de saúde do sistema prisional que ele seria levado não possuía UTI para recebê-lo.
"Fui chamado para avaliar o paciente e o quadro dele evoluiu para uma lesão renal decorrente das rupturas musculares. Era necessário realizar nefro proteção e estímulo. Pelo potencial de gravidade, indiquei e recomendei a UTI. A intenção era de reverter a injúria renal aguda. Quero deixar claro que a internação se deu por um agravamento do estado de saúde dele e não para atrapalhar o andamento da Justiça. Eu como médico tenho poder apenas na questão de saúde. Nem se eu quisesse muito, não tenho condições técnicas para fazer tal feito", disse na saída da 16ª DP.
O médico também explicou o motivo de não ter se pronunciado antes. "Eu preservei a integridade do paciente e preservei a minha integridade. Eu entendo que se minhas medidas técnicas não fossem aplicadas, isso [liberação médica] sim demoraria. Eu não vim aqui preocupado sobre algum erro que cometi, mas esclarecer aspectos delicados da conduta médica. É um problema muito sério um médico contratado da família dar um diagnóstico diferente. Mas eu já expliquei tudo e não tenho dúvida que tomei a melhor decisão possível", afirma.
Abertura do inquérito
De acordo com o delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), que também acompanha as investigações do crime, o delegado da 16ª DP (Barra da Tijuca) achou atípica a atitude do médico, contrariando a equipe do hospital. "O médico Bruno recomendou que ele ficasse na UTI, mas todos os especialistas deram alta para ele. Por isso abrimos um procedimento para apurar uma possível fraude nesta conduta", explicou.
*Colaborou Cleber Mendes
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