Publicado 14/08/2022 14:01
Rio - O depoimento de uma testemunha pode ajudar os investigadores a entenderem o que aconteceu com quatro jovens e um motorista de aplicativo vistos pela última vez na sexta-feira (12), no bairro Valverde, em Nova Iguaçu. Segundo o delegado do plantão da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Márcio Melo, uma mulher estava com as vítimas no momento em que criminosos encapuzados e armados, usando dois veículos, teriam interceptado o carro em que eles estavam e os sequestraram. Ela foi liberada pelos bandidos e intimada a depor na próxima segunda-feira (15).
O caso foi registrado inicialmente na 52ª DP (Nova Iguaçu), em seguida encaminhado para a 56ª DP (Comendador Soares) e a investigação foi transferida para o Setor de Descoberta de Paradeiros da especializada. Entretanto, os familiares, que estivaram na DHBF neste domingo (15) para prestar depoimento, disseram que já não têm mais esperanças de que Matheus Costa da Silva, de 21 anos, Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, Adriel Andrade Bastos, 24, e Jhonatan Alef Gomes Francisco, de 28 anos, estejam vivos. As vítimas são amigos de infância. O motorista ainda não foi identificado.
"Para mim é um desespero muito grande, não só para minha família, como para a família dos outros meninos. Eu só quero o meu filho, o corpo dele para eu fazer um enterro e acabar com esse sofrimento. É só o que eu quero. O meu dever de pai é enterrar nosso filho, infelizmente. Não imaginei que seria tão próximo, o ciclo da vida é os filhos enterrarem os pais. Inclusive hoje ele ia estar comigo. Não tem para onde correr, não tem mais o que fazer. Agora é só esperar justiça. Acabou o meu Dia dos Pais. Minha vida acabou", desabafou o pai de Matheus, Everson Turíbio.
"Eu só queria o meu filho comigo. Eu só queria ele de volta. Ele ia visitar os amigos, mas sempre voltava. Dessa vez ele não voltou", lamentou a mãe, Ana Maria da Costa. Os parentes dos jovens receberam informações pelas redes sociais de dois possíveis locais onde os corpos estariam. Um deles seria um terreno na Rua José Cabral, no bairro Valverde, onde um irmão de Jhonatan esteve, mas foi embora, após ser alertado do risco, por conta da atuação da milícia na área. O outro endereço seria em uma residência, próxima ao terreno.
Segundo o delegado, a Polícia Militar tentou fazer buscas na casa, mas ninguém atendeu. Ele explicou que os policiais não puderam entrar no local, por não terem uma ordem judicial. "Um dos locais parece que já foi checado pela Polícia Militar e o outro local a gente está tentando identificar, para ver se a gente consegue o local objetivamente para fazer a diligência. De qualquer forma, segundo informação deles (familiares), era o interior de uma residência, onde a Polícia Militar chamou e ninguém atendeu e para entrar, só com ordem judicial, que depende da gente ter informações, indícios suficientes para fundamentar o pedido para o juiz", explicou Melo.
Ainda de acordo com o delegado Márcio Melo, uma linha de investigação ainda não foi estabelecida. As informações sobre o desaparecimento dos amigos estão sendo coletadas para definir o motivo dos jovens terem sido levados, se foram vítimas de emboscada ou se tinham envolvimento com criminosos. Segundo ele, o motorista de aplicativo pode não ter sido morto e os agentes vão tentar localizá-lo. As diligências estão em andamento.
"Nosso trabalho vai um pouquinho além. Encontrar os corpos, descobrir quem fez isso, produzir provas para conseguir condenação e prisão dessas pessoas. A gente sabe que para a família o urgente é localizar os corpos, para fazer os sepultamentos, se eles já estiverem mortos, e encerrar esse processo. Não adianta a gente fazer as coisas fora da técnica e fora da lei, porque a gente vai até localizar os corpos, mas jamais os executores vão ser punidos, porque as provas que a gente produziu vão ser todas consideradas ilícitas", ressaltou o delegado.
"Para mim é um desespero muito grande, não só para minha família, como para a família dos outros meninos. Eu só quero o meu filho, o corpo dele para eu fazer um enterro e acabar com esse sofrimento. É só o que eu quero. O meu dever de pai é enterrar nosso filho, infelizmente. Não imaginei que seria tão próximo, o ciclo da vida é os filhos enterrarem os pais. Inclusive hoje ele ia estar comigo. Não tem para onde correr, não tem mais o que fazer. Agora é só esperar justiça. Acabou o meu Dia dos Pais. Minha vida acabou", desabafou o pai de Matheus, Everson Turíbio.
"Eu só queria o meu filho comigo. Eu só queria ele de volta. Ele ia visitar os amigos, mas sempre voltava. Dessa vez ele não voltou", lamentou a mãe, Ana Maria da Costa. Os parentes dos jovens receberam informações pelas redes sociais de dois possíveis locais onde os corpos estariam. Um deles seria um terreno na Rua José Cabral, no bairro Valverde, onde um irmão de Jhonatan esteve, mas foi embora, após ser alertado do risco, por conta da atuação da milícia na área. O outro endereço seria em uma residência, próxima ao terreno.
Segundo o delegado, a Polícia Militar tentou fazer buscas na casa, mas ninguém atendeu. Ele explicou que os policiais não puderam entrar no local, por não terem uma ordem judicial. "Um dos locais parece que já foi checado pela Polícia Militar e o outro local a gente está tentando identificar, para ver se a gente consegue o local objetivamente para fazer a diligência. De qualquer forma, segundo informação deles (familiares), era o interior de uma residência, onde a Polícia Militar chamou e ninguém atendeu e para entrar, só com ordem judicial, que depende da gente ter informações, indícios suficientes para fundamentar o pedido para o juiz", explicou Melo.
Ainda de acordo com o delegado Márcio Melo, uma linha de investigação ainda não foi estabelecida. As informações sobre o desaparecimento dos amigos estão sendo coletadas para definir o motivo dos jovens terem sido levados, se foram vítimas de emboscada ou se tinham envolvimento com criminosos. Segundo ele, o motorista de aplicativo pode não ter sido morto e os agentes vão tentar localizá-lo. As diligências estão em andamento.
"Nosso trabalho vai um pouquinho além. Encontrar os corpos, descobrir quem fez isso, produzir provas para conseguir condenação e prisão dessas pessoas. A gente sabe que para a família o urgente é localizar os corpos, para fazer os sepultamentos, se eles já estiverem mortos, e encerrar esse processo. Não adianta a gente fazer as coisas fora da técnica e fora da lei, porque a gente vai até localizar os corpos, mas jamais os executores vão ser punidos, porque as provas que a gente produziu vão ser todas consideradas ilícitas", ressaltou o delegado.
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