Publicado 30/08/2022 15:30 | Atualizado 31/08/2022 07:27
Rio - A jovem Tauane Kelly do Nascimento, de 21 anos, baleada por bandidos em casa na comunidade Grão Pará, em Nova Iguaçu, vai passar por uma nova cirurgia no Hospital da Posse, onde está internada. Tauane namorava Marlei Antunes de Jesus, de 17 anos, morto após também ser atingido por tiros na noite do último sábado (27). Ambos foram levados por vizinhos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Patrícia Marinho, mas Marlei já chegou morto ao local. O entregador foi sepultado na última segunda (29), no cemitério de Marapicu, na mesma cidade. Tauane será submetida a uma operação no braço direito, já que sofreu ruptura de um nervo e corre o risco de perder os movimentos da mão.
De acordo com a mãe, Cátia Helena, de 37 anos, Tauane reclamou de muitas dores no braço nesta segunda (29) e relatou que a equipe do hospital não teria trocado sua fralda. Segundo a mulher, um acompanhante de outro paciente do mesmo quarto realizou o procedimento. À reportagem, ela afirmou ainda que o hospital não permite acompanhá-la.
"Eu não tenho o que reclamar da equipe que fez a cirurgia, mas eu pedi para ficar no quarto e ajudá-la. Minha filha está com aqueles ferros no braço e não consegue fazer nada e, por ela ser maior de idade, não posso ficar lá. Hoje ela está sedada por causa das dores e não consegui falar com ela. Eu estou tentando de tudo para ficar perto dela", disse.
Cátia disse ainda que Tauane está desolada com a morte de Marlei, porque o jovem, apesar da pouca idade, sempre foi um bom companheiro e bom pai para a filha de dois anos do casal. "Eu não tinha nada para reclamar do meu genro. Era trabalhador e sempre cuidou bem da minha neta. Mesmo com pouca idade, era mais responsável que muito adulto por aí", completou.
Ela negou o envolvimento da vítima com crime e reafirmou que o rapaz trabalhava como entregador em uma loja de materiais de construção. Marlei, segundo Cátia Helena, também fazia 'bicos' carregando entulho para completar a renda quando não realizava muitas entregas, e estava esperando completar 18 anos para servir às Forças Armadas.
A mãe de Tauane também deu o seu relato de como soube do incidente: "Eu estava em casa quando me ligaram dizendo que minha filha estava na UPA Patrícia Marinho. Fui correndo para lá mas, quando cheguei, me informaram que ela tinha sido transferida para o Hospital da Posse. Lá, me disseram que ela estava sendo operada porque o braço direito não estava bom. Enquanto eu esperava a cirurgia, eu vi uma viatura chegando com outro rapaz baleado. Meu genro não tinha não tinha nada a ver com essa operação da PM".
Procurada, a assessoria do Hospital Geral de Nova Iguaçu informou que o acompanhamento de pacientes maiores de 18 anos são avaliados individualmente e, devido à gravidade da situação da jovem, autorizou, em caráter excepcional, a permanência da mãe no quarto. Também confirmou a chegada de homem baleado, na noite de sábado, trazidos por PMs, mas que o mesmo já estava sem vida e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Ele não foi identificado.
A Polícia Militar informou na tarde desta segunda, por meio de nota, que "policiais militares do 20º BPM (Mesquita) foram acionados para averiguar a entrada de duas pessoas feridas na UPA de Cabuçu, o que foi confirmado pelos agentes. Posteriormente, equipes atuaram na Comunidade do Grão Pará, onde houve confronto, e um criminoso foi atingido, sendo socorrido ao Hospital Geral de Nova Iguaçu".
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
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