Imagens mostram últimos momentos de vida de Walter Henri Maximilien Biot, no dia 5 de agostoDivulgação
Publicado 31/08/2022 08:59
Rio - Imagens de uma câmera de segurança registraram os últimos momentos de vida do belga Walter Henri Maximilien Biot, marido do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, no dia 5 de agosto. O principal suspeito de matar a vítima é o próprio companheiro, que responde por homicídio triplamente qualificado pelo crime. Ele é considerado foragido da Justiça e teve o seu nome incluído na lista de procurados da Interpol.
Uwe Herbert Hahn ao lado do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos - Reprodução
Uwe Herbert Hahn ao lado do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anosReprodução
No vídeo, é possível ver o momento em que o belga desce pela garagem do apartamento do casal, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, cambaleando e com dificuldades para andar. Em um outro momento, ele cai no chão e depois usa o corrimão da rampa para se levantar. Biot saiu às 11h32 para passear com o cachorro e retornou 10 minutos depois, às 11h42, para o apartamento, de onde não saiu mais.
Veja o vídeo:
Cerca de sete horas depois deste registro, o belga foi encontrado morto dentro de casa. A perícia realizada no corpo da vítima apontou pelo menos 30 lesões no corpo do Belga e a causa da morte traumatismo craniano na nuca. O documento também apontou escoriações e hematomas na região anal, face, braços e joelhos. Uma grande lesão, entre a barriga e o tórax também indicaria que houve um pisão, indicando que a vítima poderia ter sido imobilizada. Já o diplomata Uwe, principal suspeito de praticar o crime, nega as acusações. Ele diz que o marido sofreu um mal súbito, morrendo após desmaiar de frente, batendo com o rosto no chão.
Prisão e fuga para Alemanha
O diplomata foi preso um dia depois do crime, mas foi solto e deixou o país rumo a Frankfurt, sua terra natal, neste domingo (28). Uwe teve a prisão relaxada pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, por considerar haver demora na denúncia do Ministério Público (MP) contra o cônsul.
Na terça-feira (30), uma testemunha do caso denunciou o diplomata após receber ameaças por mensagens. A vítima, um homem que era amigo do casal no Brasil, procurou a 14ª DP (Leblon) no início da tarde para denunciar que o alemão tentou chantageá-lo por meio de mensagens, com o intuito de que ele retirasse o depoimento. Uwe também disse que ele estava em segurança, ao contrário da testemunha, em tom de ameaça.
Um dia depois da fuga de Uwe, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Junto ao IV Tribunal do Júri da Capital, denunciou o diplomata pelo crime de homicídio qualificado contra seu cônjuge Walter Henri Maximilien Biot. Além da denúncia, a promotoria também solicitou a prisão preventiva, reafirmando que não houve perda de prazo processual para apresentação da denúncia.

Ainda segundo a denúncia, "o crime foi praticado com emprego de meio cruel: severo espancamento a que a vítima foi submetida, causando intenso e desnecessário sofrimento. O delito foi cometido para dificultar a defesa da vítima, que se encontrava com sua capacidade de reação reduzida pela ingestão de bebida alcoólica e de medicação para ansiedade."
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