Allan Turnowski já havia sido chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011Marcos Porto/Agencia O Dia
Publicado 13/09/2022 22:08 | Atualizado 14/09/2022 08:09
Rio – O ex-secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, conseguiu na Justiça, nesta terça-feira (13), transferência para uma sala de Estado-Maior, uma cela especial para advogados — Turnowski tem formação em Direito. Allan foi preso na sexta-feira (9), suspeito de envolvimento com o jogo do bicho. No entanto, na mesma decisão, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal, negou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa para reverter a ordem de prisão.
Candidato a deputado federal pelo Partido Liberal (PL), Turnowski estava afastado do cargo de secretário desde início deste ano, por conta das eleições. Ele foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ), por crimes de organização criminosa, corrupção e violação de sigilo funcional. De acordo com a denúncia, Turnowski receberia propina do jogo do bicho e teria envolvimento em um plano para matar o bicheiro Rogério Andrade. Desde então, o ex-secretário ocupava uma cela com mais 19 presos na Cadeia Pública Constatino Cokotós, em Niterói, prisão destinada a agentes de segurança pública.
No pedido de habeas corpus, o advogado de Allan, Fernando Drummond, argumentou que "a prisão decretada é excessiva, ilegal e arbitrária, desatende tudo o que dispõe a lei processual penal (...), esquecendo-se que JAMAIS se cogitou da prisão do Paciente durante o longo período das investigações, surgindo apenas uma perseguição, amparada em ilações, por parte do Ministério Público".
Drummond resalta ainda que "pondera a respeito da gravidade do caso sob ângulo do constrangimento a que fora exposto o Paciente com efeitos irreversíveis em sua dignidade, honra e reputação, aduzindo, nesse aspecto, a irreal imputação de pertencimento à organização criminosa e o perfil pessoal reto e o profissional extremamente proativo e de tolerância zero à criminalidade de ALLAN TURNOWSKI, que ostenta brilhante e elogiável carreira na Polícia Civil começou ainda na década de noventa há mais de 27 (vinte e sete) anos. Dessa forma (...) ALLAN TURNOWSKI, não pode ser presumido como membro de organização criminosa e essa leviana e frágil acusação".
Na decisão, o magistrado ressaltou que já havia analisado a legalidade da prisão de Turnowski em um pedido de habeas corpus anterior, apresentado no dia da operação que prendeu o delegado.
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