Publicado 26/09/2022 11:19 | Atualizado 26/09/2022 22:31
Rio - Enfermeiros e técnicos de enfermagem realizam nova manifestação na manhã desta segunda-feira (26), na Avenida Amaro Cavalcanti, em frente ao Hospital Pasteur, no bairro do Méier, Zona Norte do Rio. O ato, que foi convocado na internet pelo sindicato da categoria, faz parte de uma série de paralisações em hospitais da cidade que reivindicam a implantação do piso salarial, vetado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, no ínicio de setembro.
Os profissionais, que estão concentrados na porta da unidade e, em maioria, vestem preto, gritam palavras de ordem contra a decisão judicial que proibiu o reajuste salarial, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 4 de agosto.
De acordo com a entidade, a paralisação respeitou decisão judicial impetrada pelo Sindicado dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro que obrigava a manutenção de 90% dos profissionais em serviço, e 10% na paralisação.
Uma das reivindicações da categoria é a utilização da verba do orçamento secreto como garantia financeira para a implantação do piso salarial. Um grupo de senadores já enviou ao congresso um projeto que destinaria R$ 10 bilhões, que já estão na área da saúde no Orçamento, para o pagamento dos profissionais.
Segundo o presidente interino do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, Marco Schiavo, é papel do congresso precisa definir a origem da receita para implementação da lei.
"Os parlamentares é quem precisam dizer de onde vai vir o dinheiro. Eles foram eleitos para isso. Não é o sindicato que vai dizer para eles como resolver essa situação".
Marco não descarta um acordo para encerrar as manifestações. "Nós estamos abertos a um acordo. Os governos podem, de forma autônoma, implementar um aumento para toda a categoria que substitua a lei".
Ele acrescentou ainda que, caso não haja avanço nas negociações, foi acordada em plenária a realização uma nova manifestação na próxima segunda-feira (03) em frente ao Rio Imagem, na região central.
Procurada, a assessoria do Hospital Pasteur informou que "a adesão de seus colaboradores à manifestação foi próxima a zero e que ela não afetou nenhum dos serviços prestados pela unidade".
Ministro Luis Roberto Barroso atendeu a pedido da Confederação dos Hospitais
Na liminar que suspendeu o reajuste da categoria, Barroso atendeu a um pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) e, em sua decisão, concordou com o argumento da entidade sobre os riscos de demissão em massa nos hospitais. O ministro mencionou ainda a redução da qualidade de serviços no setor da saúde, com fechamento de leitos.
O sindicato contesta o argumento do ministro e afirma que, durante a pandemia de Covid-19, os hospitais e clínicas, em todo o país, tiveram lucro recorde, o que possibilitaria o aumento previsto pela lei. Acrescentam ainda, que a categoria é essencial e foi sacrificada durante todo o período. De acordo com o presidente, Marco Schiavo, "os impactos financeiros da medida foram discutidos no Congresso e garantiram a aprovação, no mês passado, do projeto de lei".
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