Publicado 18/10/2022 23:13 | Atualizado 18/10/2022 23:21
Rio - A Justiça do Rio revogou, nesta terça-feira (18), a prisão preventiva por corrupção passiva da delegada Adriana Belém, presa na Operação Calígula, que teve como alvo uma rede de jogos de azar do Rio. As informações são do portal 'G1'.
A decisão foi tomada pelo magistrado Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Especializada Criminal. Apesar da revogação, Ruliere manteve o afastamento de Adriana de funções públicas, mas afirma que a prisão preventiva 'atingiu os fins acautelatórios almejados'. Ele também ressaltou que Adriana foi aposentada pela Polícia Civil no início do mês.
"No caso, o afastamento definitivo da acusada da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e observado, em especial, a imputação que pesa em seu desfavor (um ato específico de corrupção), são circunstâncias que, quando reunidas, demonstram que o tempo de custódia provisória atingiu os fins acautelatórios almejados, sendo certo que, nesta oportunidade, a aplicação de outras medidas cautelares diversas da prisão revelam-se adequadas e suficientes para assegurar a proficuidade do provimento final de mérito", argumentou o juiz em sua decisão.
Além do do afastamento de funções públicas, o magistrado também determinou que a delegada deve manter o endereço atualizado nos autos; está suspensa do exercício de qualquer cargo ou função comissionados, bem como a direção ou assessoramento de entidades autárquicas ou fundacionais, empresas públicas ou sociedades de economia mista, bem como as permissionárias e concessionárias de serviço público e proibida de contato, inclusive por meios eletrônicos, com os demais acusados e testemunhas do processo.
Relembre o caso
Adriana foi presa no dia 10 de maio, acusada de lavagem de dinheiro. Ela foi detida pela Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na Operação Calígula que mirava uma organização criminosa de jogo de bicho liderada por Rogério de Andrade e seu filho, Gustavo de Andrade.
Ela foi denunciada por corrupção em razão da liberação das máquinas de caça-níqueis e teve a prisão preventiva deferida pela própria Vara Especializada do Tribunal de Justiça, após agentes localizarem em seu apartamento em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quase R$ 2 milhões em espécie em bolsas e sapato de marcas de luxo.
Na época, a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere defendeu que o valor encontrado na casa da delegada significava que ela tinha forte ligação com a organização criminosa investigada na operação. Ele ressaltou ainda que sua liberdade poderia culminar em possíveis ocultações de provas ou "embaraços aos atos de instrução criminal".
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