Publicado 24/10/2022 17:32
Rio - Josefa Lucia dos Santos, mãe de Rodrigo dos Santos, o "Latrell", foi denunciada por lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), o miliciano utilizou a conta bancária da suspeita para movimentar cerca de R$ 4 milhões obtidos de maneira ilícita pelo grupo criminoso.
"Foi possível aferir que a denunciada movimentou, entre o dia 11 de novembro de 2021 e 14 de fevereiro deste ano, um total de R$ 4.083.076,00, sendo R$ 2.042.824,00 a título de crédito e R$ 2.040.252,00 a título de débito. Tais depósitos foram feitos através de 42 lançamentos, sendo sete transferências entre contas de mesma titularidade, no valor de R$ 826.431,00. Em pesquisas realizadas nos bancos de dados disponíveis, os investigadores aferiram que Josefa está registrada na empresa Gilsan Comercio Atacadista e Varejista de Variedades Eireli, com um salário base de R$ 1.327,88", afirma a denúncia recebida pela 1ª Vara Especializada da Capital na última sexta-feira (21).
Além de Josefa e Latrell, o MPRJ denunciou outros 21 integrantes da milícia liderada por Luís Antônio da Silva Braga, o "Zinho". Eles responderão por organização criminosa, clonagem de veículos, tráfico de armas, extorsão, roubo, receptação e corrupção ativa.
De acordo com as investigações, os cargos de liderança do grupo são ocupados por Zinho; Latrell; Geovane da Silva Mota, o "GG"; Matheus Rezende, sobrinho de Zinho; Alan Ribeiro Soares, o "Malvadão" ou "Nanã"; Domício Barbosa de Sousa, o "Dom" ou "Professor" e Vitor Eduardo Cordeiro Duarte, o "Pardal" ou "Tabinha".
O segundo escalão do grupo é composto por lideranças locais da milícia em bairros da Zona Oeste. Por fim, assessores, soldados e informantes estão no terceiro escalão.
O MPRJ também aponta que Zinho determinou que seus subordinados corrompessem agentes de segurança de maneira rotineira e reiterada. Para isso, foram oferecidas ou prometidas vantagens indevidas para praticar, omitir ou retardar atos de ofício.
"No interior da residência de Tabinha foi encontrado um pedaço de papel com os nomes de guerra de três policiais militares, suas respectivas patentes e supostas lotações, para conseguirem remoção para o 27º BPM (Santa Cruz)", aponta outro trecho.
O documento também relata que a organização foi responsável pelo assassinato de um dos integrantes da milícia local, Danilo Cunha Durães, conhecido como Robô.
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