Publicado 29/10/2022 08:25 | Atualizado 29/10/2022 08:52
Rio - O corpo do adolescente Lorenzo Dias Palhinhas, de 14 anos, morto durante operação policial no Chapadão, será enterrado neste sábado (29), no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio. O velório está marcado para começar às 11h e o sepultamento às 15h. A morte do menor aconteceu na noite desta quinta-feira, em uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na comunidade, que visava a prisão dos envolvidos na morte do agente Bruno Vanzan Nunes mais cedo, no mesmo dia.
Segundo parentes, o adolescente foi morto quando trabalhava como entregador para uma lanchonete, por volta das 23h, quando foi atingido. Os familiares contam que testemunhas presenciaram o momento em que Lorenzo foi baleado na cabeça. O disparo teria sido feito por um policial após a abordagem ao menino, próximo a localidade conhecida como Beco do Suede.
Em vídeo enviado pelo avô de Lorenzo, o segurança Fernando Francisco Palhinhas, de 55 anos, o adolescente aparece deixando a bolsa que usava na entrega em uma lanchonete. "O Lorenzo era uma criança muito família. Minha família toda, está todo mundo consternado, porque ele era muito querido, na comunidade também. Era um menino do bem, não tinha envolvimento nenhum (com o tráfico de drogas)", desabafou o segurança.
De acordo com o avô, o adolescente trabalhava já tão cedo para ajudar a mãe com as despesas de casa e também para comprar uma moto, que seria o sonho do menor. "Ele não tinha vício, não bebia, o negócio dele era mesmo só trabalhar entregando lanche porque ele tinha o objetivo de ter uma moto, ainda meio que fora da idade, mas esse era o sonho dele, comprar uma moto para trabalhar com entrega", pontuou Fernando, que esteve no IML, no Centro, nesta sexta-feira, para a liberação do corpo.
A PRF, porém, contesta a versão de que o menino estivesse trabalhando com entregas. Segundo a corporação, responsável pela ação na comunidade do Chapadão, Lorenzo teria disparado contra a equipe que realizava a incursão na comunidade. O adolescente seria um dos seguranças de "plantão" em uma boca de fumo. Outros dois menores foram apreendidos na ação, que tinha por objetivo localizar os suspeitos da morte do agente da Polícia Rodoviária Federal, Bruno Vanzan Nunes, de 41 anos.
Na ocasião, foram apreendidos uma pistola 380 com dois carregadores e 23 munições; uma pistola Taurus 9mm com 5 carregadores, sendo um deles estendido e 45 munições; um carregador de fuzil 556; 600 papelotes de crack; 622 pinos de cocaína; 149 frascos de lança perfume ou "loló" e 425 tabletes de maconha.
A morte de Lorenzo é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). "Investigações estão em andamento para esclarecer as circunstâncias do fato", disse a corporação em nota.
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