Publicado 04/11/2022 18:43
Rio - O corpo do pintor Alex de Jesus da Silva, 43 anos, foi encontrado no bairro da Gamboa, na região central do Rio, nesta sexta-feira (4). O cadáver foi removido pela Defesa Civil e levado ao Instituto Médico Legal (IML) do Centro sem identificação. Ele estava desaparecido desde a terça-feira passada (1º) após deixar o Hospital Municipal Souza Aguiar sem receber alta médica.
Alex deu entrada desorientado na unidade de saúde na segunda-feira (31) depois de cair de uma escada dentro de casa, na comunidade do Terreirão, no Recreio, Zona Oeste. O irmão de Alex, Anderson de Jesus da Silva, disse que um primo foi ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (4) para checar se havia algum corpo sem identificação. Ele foi informado que um cadáver havia chegado sem documentos e, em seguida, reconheceu Alex por foto.
Abalada com a sequência de erros, tanto no primeiro atendimento em casa, quanto no atendimento no Hospital Souza Aguiar, a família agora quer justiça pela morte do pintor. "Foi uma sequência de erros. Queremos entender como tudo isso aconteceu, como ele conseguiu sair do hospital mesmo desorientado. É um absurdo o hospital não se responsabilizar por ele. Ele era saudável", diz a mulher de Anderson, que também estava ajudando nas buscas.
O irmão de Alex foi ao IML no fim da tarde desta sexta-feira para entregar os documentos e realizar a liberação do corpo.
Relembre o caso
De acordo com o relato da família do pintor, Alex caiu dentro de casa na madrugada de sexta (28) para sábado (29). Uma equipe da Samu foi ao local para prestar socorro, mas o homem teria recusado atendimento. Os profissionais da saúde foram embora, apesar de Alex apresentar graves ferimentos e fraturas, o deixando com a filha de 6 anos e uma babá.
Anderson conta que levou o pintor ao hospital na segunda-feira (31) pois apresentava olho roxo, fraturas no maxilar e estava muito desorientado por causa da queda. Ainda segundo o irmão, ele precisou inventar que iria levá-lo na casa de um tio para colocá-lo no carro e encaminhar ao hospital.
"Eu peguei o carro e vi o estado dele, muito desorientado, e levei para o Hospital Lourenço Jorge, chegando lá, viram que ele tinha múltiplas fraturas do crânio, na face e maxilar também, além de um olho bem roxo. Depois do primeiro atendimento, transferiram ele para o Hospital Souza Aguiar, lá eles atenderam, o médico viu o exame dele e falou que ele teria que ficar internado para, na terça, fazer novos exames, uma comparação e uma drenagem no cérebro. Só que na terça, quando minha prima foi lá, ninguém sabia onde ele estava, só depois que mostraram o prontuário para ela, aí ela viu que ele não tinha dado saída, constava que ele estava internado, mas não estava em lugar nenhum do hospital, e na última avaliação foi escrito que ele estava muito alterado, a gente acha que ele fugiu porque estava desorientado, mas ninguém sabe nos informar nada", esclareceu.
"Eu peguei o carro e vi o estado dele, muito desorientado, e levei para o Hospital Lourenço Jorge, chegando lá, viram que ele tinha múltiplas fraturas do crânio, na face e maxilar também, além de um olho bem roxo. Depois do primeiro atendimento, transferiram ele para o Hospital Souza Aguiar, lá eles atenderam, o médico viu o exame dele e falou que ele teria que ficar internado para, na terça, fazer novos exames, uma comparação e uma drenagem no cérebro. Só que na terça, quando minha prima foi lá, ninguém sabia onde ele estava, só depois que mostraram o prontuário para ela, aí ela viu que ele não tinha dado saída, constava que ele estava internado, mas não estava em lugar nenhum do hospital, e na última avaliação foi escrito que ele estava muito alterado, a gente acha que ele fugiu porque estava desorientado, mas ninguém sabe nos informar nada", esclareceu.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio), a direção do Hospital Municipal Souza Aguiar informou que Alex de Jesus da Silva estava internado para observação pela neurocirurgia, porém deixou a unidade sem aguardar a alta médica. Ainda reiterou que como Alex era um paciente maior de idade e lúcido, o hospital não tem poder legal de retê-lo contra sua vontade.
O caso foi registrado na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que estava realizando diligências para localizá-lo. Com o aparecimento do corpo, a Polícia Civil ainda não informou quais serão os próximos procedimentos e nem para qual especializada o caso será encaminhado.
O caso foi registrado na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que estava realizando diligências para localizá-lo. Com o aparecimento do corpo, a Polícia Civil ainda não informou quais serão os próximos procedimentos e nem para qual especializada o caso será encaminhado.
A filha de Alex, que era criada sozinha por ele, está sob os cuidados da família paterna. Ainda não há informações sobre o local e horário do enterro do pintor.
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