Gabriel Monteiro foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, na manhã desta terça-feira (8)Banco de Imagens / Agência O Dia
Publicado 08/11/2022 09:52 | Atualizado 08/11/2022 10:32
Rio - O ex-vereador do município do Rio, Gabriel Monteiro, preso sob a acusação de estupro contra uma mulher de 23 anos, deixou, no início da manhã desta terça-feira (8), a 77ª DP (Icaraí), em Niterói, e foi conduzido para o Instituto Médico Legal, no Centro, para realizar exames de corpo de delito. Após deixar o IML, ele foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
Ainda segundo a Seap, não há previsão quanto ao horário em que acontecerá a audiência de custódia do ex-parlamentar. Gabriel Monteiro se apresentou na 77ª DP, no fim da tarde da última segunda-feira (7), após a Justiça expedir o mandado de prisão. 

O inquérito pelo qual Gabriel responde se refere a um crime que teria ocorrido no dia 15 de julho. Na ocasião, uma jovem, de 23 anos, afirma que conheceu Gabriel na boate Vitrinni, na Barra da Tijuca, e teria ido com ele para a casa de um amigo de Monteiro, no Joá, na Zona Sul.
Segundo a vítima, no local, Gabriel teria usado de violência para fazer sexo com ela, inclusive mostrando uma arma, empurrando-a na cama, segurando seus braços e desferindo tapas no rosto da vítima. Ele também teria forçado a relação sexual sem usar preservativo, apesar dos apelos da mulher.
O advogado de defesa de Monteiro, Sandro Figueiredo, que estave presente na delegacia, no momento em que o ex-vereador era transferido, falou sobre o caso e frisou que Gabriel ainda não havia prestado depoimento.
"Ninguém veio colher o depoimento dele. Talvez, se viesse, ele teria falado. Ele não tem nada para esconder. É importante ressaltar que, assim que tomou conhecimento da decisão judicial, ele imediatamente e espontaneamente se apresentou a esta unidade de polícia judiciária para que fosse cumprido o mandado de prisão. Não foi necessário ninguém ir a casa dele, ele se apresentou voluntariamente", relatou o advogado.
Quanto a decisão que determinou a prisão preventiva do político, Figueiredo se limitou a dizer que "decisão judicial não se discute, somente se cumpre" e que a defesa de Monteiro "por certo, irá utilizar dos mecanismos legais para que possa alcançar o restabelecimento da liberdade dele".
Nas redes sociais, o vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo contra o youtuber no Conselho de Ética da Câmara, comentou a prisão de Monteiro.
"Gabriel Monteiro está preso: Acusação de estupro! Denúncia feita em julho, em pleno processo ético-disciplinar que enfrentava na Câmara. Isso reforça o acerto do Legislativo carioca ao cassar seu mandato. Revela também que não merecia a credibilidade que o fez eleger pai e irmã deputados", ressaltou Alencar.
"O detento Gabriel Monteiro, empenhadíssimo na campanha de Bolsonaro, bateu muito no Conselho de Ética da Câmara pela perda do mandato de vereador. Na campanha, fui xingado algumas vezes. Que seus seguidores fanáticos reflitam sobre essa figura nociva, em especial contra mulheres", continuou o relator.
Outras denúncias
O delito ocorreu já depois da divulgação de outras denúncias contra o político. Antes, Monteiro já havia sido acusado de estupro e outros crimes, como ter filmado uma relação sexual com uma menor, de 15 anos, sendo comprovado durante o processo de cassação pelo Conselho de Ética da Câmara que o ex-vereador tinha ciência da idade da vítima. Ele também é acusado de assédio moral e sexual contra ex-assessores e manipulação de vídeos.

Em julho deste ano, Gabriel Monteiro se tornou réu por importunação sexual e assédio sexual, e teve o mandato cassado um mês depois, após um enfrentar um processo por quebra de decoro.
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