Publicado 08/11/2022 11:14
Rio- As defesas de Flordelis dos Santos de Souza e de familiares de Anderson do Carmo avaliaram como positivo o primeiro dia de depoimentos pelo julgamento da ex-deputada e de outras quatro pessoas pela morte do pastor, nesta segunda-feira (7), no Tribunal do Júri, no Fórum de Niterói. Os advogados Janira Rocha e Ângelo Máximo apontaram que, durante as oitivas, foi possível colher elementos que vão corroborar as teses para possíveis condenações ou absolvições dos réus, que são além da ex-deputada, a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues, os filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva, e a neta Rayane dos Santos Oliveira.
A advogada Janira Rocha declarou que espera conseguir a absolvição da ex-deputada, já que, segundo ela, Simone confessou ter sido a mandante da morte de Anderson. A advogada afirmou ainda que o crime não foi motivado por poder e dinheiro, mas pela suposta violência praticada pelo então marido da pastora.
"Nós vamos fazer uma inquisição hoje, vamos mostrar assistentes técnicos que vão dissecar e mostrar para os jurados a questão dos abusos que aconteciam naquela casa e foram o motivo pelo qual a Simone planejou a morte do pastor", disse a advogada. "Se esse frisson midiático ficar fora da sala do Tribunal e a gente puder fazer o nosso trabalho, a única coisa que pode se esperar aqui desse Júri, é a absolvição da Flordelis e dos seus filhos", completou.
Em contrapartida o advogado Ângelo Máximo, que é assistente de acusação, reforçou que o depoimento da delegada Bárbara Lomba, que ocorreu nesta segunda (7), foi essencial para esclarecer que a violência física e sexual da qual Flordelis e as também rés Simone e Rayane, além de outras filhas e netas, acusam o pastor de ter cometido nunca aconteceu.
"O dia de ontem foi um dia muito produtivo para a acusação, que ficou esclarecido, através do depoimento da doutora (delegada) Bárbara Lomba, que essa tese absurda que será apresentada pela defesa de abuso sexual por parte do pastor nunca aconteceu. A doutora Bárbara foi muito clara e precisa, a defesa (de Flordelis), pelo menos no dia de ontem, não conseguiu produzir essa prova", disse o advogado.
"Nós vamos fazer uma inquisição hoje, vamos mostrar assistentes técnicos que vão dissecar e mostrar para os jurados a questão dos abusos que aconteciam naquela casa e foram o motivo pelo qual a Simone planejou a morte do pastor", disse a advogada. "Se esse frisson midiático ficar fora da sala do Tribunal e a gente puder fazer o nosso trabalho, a única coisa que pode se esperar aqui desse Júri, é a absolvição da Flordelis e dos seus filhos", completou.
Em contrapartida o advogado Ângelo Máximo, que é assistente de acusação, reforçou que o depoimento da delegada Bárbara Lomba, que ocorreu nesta segunda (7), foi essencial para esclarecer que a violência física e sexual da qual Flordelis e as também rés Simone e Rayane, além de outras filhas e netas, acusam o pastor de ter cometido nunca aconteceu.
"O dia de ontem foi um dia muito produtivo para a acusação, que ficou esclarecido, através do depoimento da doutora (delegada) Bárbara Lomba, que essa tese absurda que será apresentada pela defesa de abuso sexual por parte do pastor nunca aconteceu. A doutora Bárbara foi muito clara e precisa, a defesa (de Flordelis), pelo menos no dia de ontem, não conseguiu produzir essa prova", disse o advogado.
Na segunda-feira (7), Máximo já havia apontado as alegações como uma "estratégia sorrateira" da defesa para comover a opinião pública e ressaltou que Flordelis e outras filhas e netas que acusam Anderson tiveram oportunidades durante o processo de relatarem a violência sofrida, mas não o fizeram.
A advogada de Flordelis, no entanto, justificou que a ex-parlamentar e as mulheres que acusam o pastor não se pronunciaram antes sobre a violência que vinham sofrendo porque aqueles "que passam anos das suas vidas sendo abusadas, não são pessoas com capacidade de chegar e contar dos seus abusos".
Ainda nesta terça-feira (8), entre as testemunhas de acusação que devem ser ouvidas está o filho afetivo Wagner Andrade Pimenta, o Misael, que chegou a relatar que, após o início das investigações, Flordelis escreveu em uma folha de caderno que havia quebrado e jogado o celular de Anderson da Ponte Rio-Niterói. Segundo ele, a mãe se comunicou dessa forma porque temia que a casa da família estivesse grampeada.
Além dele, outros cinco filhos que ficaram contra Flordelis durante o processo também são esperados para prestar depoimento, sendo eles Daniel dos Santos de Souza; Roberta dos Santos; Alexsander Felipe Matos Mendes, o Luan; Daiane Freires; e Érica dos Santos de Souza.
"A importância desses depoimentos é mostrar a autoria de mando da Flordelis, mostrar a participação dos demais réus e, mais uma vez, fortalecer que essa tese de violência sexual por parte do pastor nunca existiu na casa", ressaltou Máximo.
Já foram ouvidos durante o primeiro dia de julgamento a delegada Bárbara Lomba, que iniciou as investigações quando era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o delegado Allan Duarte, responsável pela conclusão do inquérito e Regiane Ramos Cupti Rabello, chefe de Lucas dos Santos de Souza, um dos filhos adotivos da pastora, já condenado por participação no crime. A sessão terminou por volta das 20h. A previsão era de que a oitiva fosse retomada às 9h desta terça-feira, mas até às 10h30 ainda não havia começado.
Acusações
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e poderá responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e poderá responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Relembre o caso
Anderson do Carmo foi atingido por mais de 30 tiros na madrugada de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com Flordelis e os filhos em Pendotiba, Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Logo depois do crime, a ex-deputada relatou que se tratava de uma tentativa de assalto. No velório, Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, foi preso apontado como autor dos disparos que mataram o pastor. Enquanto, Lucas dos Santos de Souza, filho adotivo da pastora, foi preso horas depois do irmão, acusado de ter conseguido a arma do crime. A pistola foi encontrada na casa da família.
As investigações demonstraram que, antes mesmo da execução, o grupo já vinha tentando matar a vítima por envenenamento. A motivação do crime, segundo as autoridades, foi o controle que a vítima fazia das finanças e a administração rigorosa da casa, o que desagradava ex-parlamentar e outros integrantes da família.
Flordelis foi presa em sua casa, em Niterói, por volta das 18h40 do dia 13 de agosto de 2021, pela Polícia Civil do Rio. Ela foi levada para a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde chegou por volta das 19h15. De lá, a ex-deputada seguiu para o Instituto Médico Legal de Niterói, onde passou por um exame de corpo de delito, e depois foi para Benfica, na Zona Norte do Rio.
Anderson do Carmo foi atingido por mais de 30 tiros na madrugada de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com Flordelis e os filhos em Pendotiba, Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Logo depois do crime, a ex-deputada relatou que se tratava de uma tentativa de assalto. No velório, Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, foi preso apontado como autor dos disparos que mataram o pastor. Enquanto, Lucas dos Santos de Souza, filho adotivo da pastora, foi preso horas depois do irmão, acusado de ter conseguido a arma do crime. A pistola foi encontrada na casa da família.
As investigações demonstraram que, antes mesmo da execução, o grupo já vinha tentando matar a vítima por envenenamento. A motivação do crime, segundo as autoridades, foi o controle que a vítima fazia das finanças e a administração rigorosa da casa, o que desagradava ex-parlamentar e outros integrantes da família.
Flordelis foi presa em sua casa, em Niterói, por volta das 18h40 do dia 13 de agosto de 2021, pela Polícia Civil do Rio. Ela foi levada para a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde chegou por volta das 19h15. De lá, a ex-deputada seguiu para o Instituto Médico Legal de Niterói, onde passou por um exame de corpo de delito, e depois foi para Benfica, na Zona Norte do Rio.
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