Publicado 10/11/2022 13:03 | Atualizado 10/11/2022 14:58
Rio - Os depoimentos das testemunhas de acusação do julgamento de Flordelis e outros quatro pessoas pela morte de Anderson do Carmo chegaram ao fim nesta quinta-feira (10), no quarto dia de julgamento, com a oitiva de Érica dos Santos de Souza, filha afetiva da ré. Antes dela, foram ouvidas a neta Rebeca Vitória Rangel e a também filha afetiva Roberta dos Santos. Além da ex-deputada, também são julgados a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues, os afetivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva, além da neta Rayane dos Santos de Oliveira.
Rebeca começou a ser ouvida teve início às 11h07 e falou por cerca de 50 minutos. Na oitiva, ela contou que estava na casa no momento do crime, mas que não ouviu os disparos, e que a versão que Flordelis apresentou era de que Anderson havia sido vítima de um latrocínio. A neta também relatou que aconteceu uma espécie de simulado dos depoimentos que os membros da família prestariam à Polícia Civil. "Se alguém dissesse: 'Para mim, realmente a Flordelis foi a mandante do crime’, respondiam: ‘Não, isso você não pode falar’, e tinha que falar: 'A Flordelis não foi a mandante do crime'. Tem que falar a favor da Flordelis", disse.
Já o depoimento de Érica, por sua vez, teve início às 11h59 e, ela relatou que Rayane a procurou antes da morte de Anderson, para pedir a indicação de um criminoso para "resolver um problema" dela, já que a testemunha tinha familiares envolvidos com o tráfico de drogas à época, mas não passou nenhum contato. A filha afetiva também relembrou de uma ocasião em que estava no quarto de Simone com uma irmã, e a ré e Rayane entrou no cômodo com dois celulares.
Em seguida, as duas teriam escondido um aparelho no parapeito da janela do quarto e o outro no closet. Érica não soube informar a quem eles pertenciam, mas disse que tinha conhecimento de que os de Anderson e Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis já condenando pelo crime, haviam desaparecido. No mesmo dia, policiais civis que realizavam diligência na casa chegaram a ligar para os celulares e disseram saber que eles estavam na residência e que só iriam embora quando os encontrassem.
A testemunha ainda comentou que ela e a irmã, que estavam no quarto, decidiram deixar o local para não se envolverem. Pouco depois, quando não estava mais morando na casa da família, ela decidiu procurar Roberta dos Santos, também filha afetiva de Flordelis, para relatar os episódios à irmã e sua desconfiança de que a morte do pastor havia sido planejada por seus parentes. O depoimento de Érica terminou às 12h32, dando fim as oitivas da testemunhas de acusação.
Às 12h22, a ré e filha adotiva de Flordelis Marzy deixou o Tribunal e uma ambulância do Serviço Médico de Urgência (SAMU) foi acionada para prestar atendimento médico à ré. Ela retornou ao júri às 13h56. Já a ex-deputada que estava fora da sessão antes mesmo do início da primeira oitiva desta quinta-feira (10), retornou ao local às 12h47. após o fim dos depoimentos das testemunhas de acusação.
Em seguida, a primeira testemunha de defesa a prestar depoimento no julgamento é Tayane Dias, filha afetiva da ex-parlamentar, que começou a ser ouvida às 12h53.
Outros depoimentos
Durante o terceiro dia de julgamento, quatro testemunhas foram ouvidas, sendo: Raquel da Silva, neta da ex-deputada e também filha de Carlos Ubiraci, um dos envolvidos no crime e já julgado; Dayane Freires, filha adotiva, que trabalhava como tesoureira na igreja; Daniel dos Santos de Souza, filho adotivo; e Luana Vedovi Rangel Pimenta, nora de Flordelis e casada com Wagner Pimenta, também conhecido como Misael, filho adotivo.
Na terça-feira (8), durante segundo dia de oitivas, prestaram depoimento o inspetor da DHNSGI, Tiago Vaz de Souza, que atuou nas investigações quando o delegado Allan Duarte assumiu o caso, e os filhos adotivos Alexsander Felipe Matos Mendes, o Luan, e Wagner Pimenta, batizado por ela como Misael.
Já durante o primeiro dia de julgamento, nesta segunda-feira (7), foram ouvidos a delegada Bárbara Lomba, que iniciou as investigações quando era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o delegado Allan Duarte, responsável pela conclusão do inquérito e Regiane Ramos Cupti Rabello, chefe de Lucas dos Santos de Souza, um dos filhos adotivos da pastora, já condenado por participação no crime.
Já durante o primeiro dia de julgamento, nesta segunda-feira (7), foram ouvidos a delegada Bárbara Lomba, que iniciou as investigações quando era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o delegado Allan Duarte, responsável pela conclusão do inquérito e Regiane Ramos Cupti Rabello, chefe de Lucas dos Santos de Souza, um dos filhos adotivos da pastora, já condenado por participação no crime.
Acusações
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e poderá responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
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