Publicado 11/11/2022 15:29 | Atualizado 11/11/2022 18:26
Rio - O modelo e influencer Bruno Krupp passará pela primeira audiência de instrução e julgamento nesta sexta-feira (11). Preso desde agosto, ele é acusado de atropelar e matar João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Antes do início do julgamento, familiares do adolescente falaram sobre o caso.
"Acordar para mim depois daquele dia, todos os dias... É muito difícil acordar. A minha sentença já saiu: é viver o restante da minha vida sem meu filho. Eu vim aqui em nome de justiça. Que seja feita a vontade de Deus", disse Mariana Cardim, mãe de João Gabriel.
Maura Cecília, tia de Mariana, acompanhava a mãe da vítima na chegada ao primeiro dia de julgamento. Emocionada, ela disse que o sofrimento da família tem sido diário.
"Tenho vontade de vomitar lendo o processo. Como que uma pessoa saiu com uma moto naquela velocidade e não tinha a intenção de matar? Disseram no início que moto é um 'brinquedinho'. Brinquedinho que tira vida, uma vida de 16 anos... É muito chocante, a vida dela [Mariana] acabou. Acabou a vida da família. Eu a vejo sofrer todos os dias e sofro com ela", desabafou.
Bruno Krupp é réu no processo movido pelo Ministério Público do Rio por homicídio simples com dolo eventual - quando se assume o risco de matar - e dirigir veículo em via pública sem habilitação. Na audiência desta sexta, também estarão presentes Bruno, sete testemunhas e o promotor. A defesa do acusado chegou ao tribunal e não falou com a imprensa antes do início da audiência.
O modelo atropelou e matou João Gabriel na Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 3 da Barra. Ele dirigia uma motocicleta e o impacto foi tão grande que o adolescente teve a perna amputada. Atualmente, Krupp está cumprindo prisão preventiva na Cadeia Pública Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó.
Processo por estelionato
Bruno Krupp também é réu um segundo processo, onde responde por estelionato. Ele e seu sócio, Bruno Monteiro Leite, são acusados de cometer uma fraude de aproximadamente R$ 428 mil em um hotel na Zona Sul do Rio. Na próxima quarta-feira (16), o modelo retorna ao TJ-RJ para ser julgado pelo crime.
De acordo com Patrícia Alemany, delegada titular da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), o caso vinha sendo investigado desde 2021, quando o influenciador pagou diárias no estabelecimento com cartões de crédito clonados ou roubados.
Krupp e o sócio se passavam por agentes de viagem e vendiam hospedagens mais baratas do que os preços praticados pelo hotel. Ao realizar as vendas, eles as pagavam usando cartões de terceiros, que não reconheciam a compra e impediam que o valor fosse repassado ao estabelecimento.
* Reportagem de Anna Clara Sancho
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