Publicado 17/11/2022 11:11
Rio - O major do Corpo de Bombeiros Wagner Bonin, de 42 anos, sequestrado e assassinado por traficantes em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (16), já recebeu uma medalha por sua atuação no desastre de Brumadinho, em Minas Gerais. Wagner era enfermeiro e estava na corporação havia 20 anos.
O corpo do agente foi encontrado carbonizado dentro de um carro no interior do Complexo do Chapadão, na Pavuna, Zona Norte do Rio, pela Polícia Militar.
A corporação divulgou uma nota de pesar lamentando a morte do major, onde afirmou que confia nas polícias Militar e Civil para esclarecer as circunstâncias do crime. "O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do major Wagner Bonin, brutalmente assassinado, na noite de quarta-feira (16.11), em São João de Meriti", diz parte do texto.
O crime aconteceu após Wagner tirava fotos de barricadas instaladas na comunidade do bairro onde morava. Ele foi descoberto pelos criminosos que o sequestraram e levaram para o interior da comunidade São Matheus, em São João de Meriti.
A informação foi inicialmente confirmada pelo coronel Leandro Sampaio Monteiro, secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), por meio das redes sociais. "Infelizmente marginais covardes acabaram de assassinar o major Wagner Bonin em São João de Meriti", disse na publicação.
O IML confirmou ao Dia que o corpo encontrado carbonizado na Pavuna pertence a Wagner. A identificação foi realizada através das digitais da mão direita do major, que ficou intacta. Ele foi encontrado no banco do carona do veículo. A distância entre o ponto onde o militar foi sequestrado e onde o corpo foi encontrado é de aproximadamente 7km.
Na manhã desta quinta-feira (17), a Polícia Militar realiza uma operação de retirada de barricadas na comunidade da Jaqueira, no bairro São Mateus. A corporação destacou que agentes do 21° BPM (São João de Meriti) realizam inúmeras ações para remoção de barricadas diariamente. A ação ainda está em andamento e até o momento, não há registro de prisões ou apreensões na comunidade.
Relembre a tragédia
No dia 25 de janeiro de 2019, a Barragem 1 (B1) da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, se rompeu, criando uma avalanche de lama que destruiu não só construções da própria empresa, mas também a comunidade próxima. O incidente é classificado como um dos maiores desastres da história do Brasil.
Na ocasião, 270 pessoas foram arrastadas pela lama e morreram soterradas. Em novembro de 2021, a Vale e a TUV SUD (que atestou a estabilidade da barragem) e outras 19 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, mas, até hoje, ninguém foi preso ou julgado pelo crime.
O Corpo de Bombeiros, a Força Aérea Brasileira e o Exército atuaram nas buscas pelos desaparecidos na tragédia.
Após três anos, o Ministério Público aguarda a chegada do processo na Justiça Federal para fazer uma denúncia, já o Ministério Público do Trabalho e a Vale assinaram um acordo que indeniza em R$ 700 mil cada cônjuge, filho e pai de funcionário da companhia, além de R$ 150 mil para irmãos e pensão vitalícia para dependentes.
Na ocasião, 270 pessoas foram arrastadas pela lama e morreram soterradas. Em novembro de 2021, a Vale e a TUV SUD (que atestou a estabilidade da barragem) e outras 19 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, mas, até hoje, ninguém foi preso ou julgado pelo crime.
O Corpo de Bombeiros, a Força Aérea Brasileira e o Exército atuaram nas buscas pelos desaparecidos na tragédia.
Após três anos, o Ministério Público aguarda a chegada do processo na Justiça Federal para fazer uma denúncia, já o Ministério Público do Trabalho e a Vale assinaram um acordo que indeniza em R$ 700 mil cada cônjuge, filho e pai de funcionário da companhia, além de R$ 150 mil para irmãos e pensão vitalícia para dependentes.
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