Velório e sepultamento do jovem Eduard Leonardo Bandeira de Mello, no cemitério Jardim da Saudade em Sulacap. O jovem morreu ao cair do BRT. Na foto, ajoelhada, a namorada de Eduard. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 01/12/2022 14:25
Rio – O jovem Eduard Leonardo Bandeira de Mello, de 16 anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (1º), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes no local. Além da família, muitos amigos e colegas foram dar o último adeus.
O jovem morreu após cair de um ônibus do BRT, na quinta-feira passada (24). O veículo estaria circulando com as portas abertas no corredor Transoeste, próximo à estação do Mato Alto, sentido Recreio, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou a ficar internado em coma induzido por cinco dias no Hospital Municipal Pedro II, mas não resistiu e acabou morrendo nesta terça-feira (29).
Após o enterro, membros da família de Eduard falaram com a imprensa e manifestaram indignação frente ao posicionamento da Mobi-Rio, responsável pelo serviço de BRT. A empresa informou, em nota, que o jovem forçou a porta do articulado para abri-la.
“Eles (da Mobi-Rio) agiram como bandidos, como pessoas criminosas. Porque (não podem) culpar sem ter provas, e eles ao menos nem se compadeceram com a dor da família. Ninguém procurou a gente”, disse a mãe de Eduard.
A irmã de Eduard, Miriane Bandeira, também externou sua revolta em relação ao posicionamento da empresa responsável pelo BRT e disse que lutará por justiça
“Os verdadeiros criminosos e assassinos do meu irmão foram os responsáveis por essas sucatas que andam diariamente pelo nosso Rio de Janeiro, colocando (em risco) a vida de milhares de trabalhadores, pessoas que estão ali querendo ao menos ir e vir com dignidade e são tratadas como animais. E no final, aqui está o meu irmão morto e enterrado aos 16 anos, e ele é o culpado? Ele que quis tudo isso? Então eu vou lutar, não por meios financeiros, porque nada disso vai importar para mim e para a minha família, mas eu vou lutar pela vida dele, pela vida perdida e por outras vítimas, para que isso não venha a acontecer (novamente). Eu vou lutar e eu vou até o fim”, declarou.
Em nota, a Mobi-Rio havia afirmado que "sempre alerta que forçar as portas para mantê-las abertas coloca em risco não só a vida de quem pratica a ação como a dos demais usuários" e que "muitas vezes, os motoristas são ameaçados quando param o articulado após constatarem o ato, que ocorre independentemente da quantidade de passageiros no veículo". O caso foi registrado na 43ª DP (Guaratiba).
Procurada após as declarações dadas pela família no enterro, a Mobi-Rio reiterou que lamenta o ocorrido e informou que todas as imagens, a partir do momento da entrada do passageiro no sistema, estão à disposição das autoridades.
Publicidade
Leia mais