Publicado 05/12/2022 09:57
Rio - O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) abriu uma sindicância para investigar o médico urologista Arthur Vinícius Andrade, preso na última quarta-feira (30) por homicídio culposo após omitir socorro a uma paciente no Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte.
Elisângela Souza de Almeida, de 45 anos, era paciente de câncer e morreu depois de esperar mais de cinco horas por atendimento. A vítima chegou na unidade vomitando sangue, por volta das 0h30, e só foi atendida por volta das 5h.
O Cremerj vai investigar a conduta médica de Arthur Vinícius, que pode perder o registro de medicina se for comprovada a negligência. Além disso, o conselho ainda informou que o setor emergencial do Hospital do Andaraí foi interditado eticamente em junho de 2019 após várias fiscalizações e, por conta disso, o local não poderia estar em funcionamento. O caso foi encaminhado ao Ministério Público para medidas cabíveis.
Antes de procurarem o Hospital do Andaraí, familiares de Elisângela estiveram com ela na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nilópolis e no Hospital Municipal Souza Aguiar, onde, segundo eles, não tinha atendimento disponível para a paciente, nem em caráter emergencial. Após as negativas, eles decidiram ir até o hospital federal.
Na unidade, foram recebidos pelo urologista, que também alegou que o hospital não tinha atendimento específico para ela. Arthur chegou a iniciar um atendimento após insistência da família e solicitou um exame de sangue, mas não seguiu com o tratamento. Por conta disso, familiares de Elisângela procuraram a polícia.
De acordo com a Polícia Civil, Elisângela só foi atendida quando outra médica assumiu o plantão. Ela estava em uma cadeira de rodas quando foi levada para o Setor de Emergência, já em estado grave, mas acabou morrendo cerca de 40 minutos depois.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) informou que a paciente não teve atendimento negado. A coordenação do CER Centro (emergência clínica do complexo hospitalar do Souza Aguiar) informa que a Sra. Elizangela deu entrada na unidade no dia 29 (terça-feira), sendo atendida pelo médico, que prescreveu medicação e exames para o quadro de emergência que apresentava. No entanto, a paciente deixou a unidade à revelia, sem aguardar a conclusão dos exames.
Procurado, o Ministério da Saúde, responsável pela unidade hospitalar, não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria.
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