Publicado 03/01/2023 13:43
Rio - "A gente só quer que a justiça seja feita, que falem por nós da comunidade". Esse é o desabafo de Michele Candido, de 38 anos, tia de Marlon Anderson Cândido, 23, baleado durante uma operação da Polícia Militar (PM) na comunidade CCPL, em Benfica, Zona Norte, na última segunda-feira (2). Ele está sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. A PM afirma que o jovem está envolvido em um ataque contra policiais.
Segundo Michele, Marlon saía de casa para ir ao trabalho, quando policiais teriam entrado na comunidade atirando, durante um confronto com criminosos. Ela também acusa os agentes de não prestarem socorro à vítima, que teria sido atingida por um disparo dos próprios militares, de acordo com a tia.
Segundo Michele, Marlon saía de casa para ir ao trabalho, quando policiais teriam entrado na comunidade atirando, durante um confronto com criminosos. Ela também acusa os agentes de não prestarem socorro à vítima, que teria sido atingida por um disparo dos próprios militares, de acordo com a tia.
"Ele estava saindo de casa para trabalhar, por volta das 15h, quando os policiais entraram atirando e acertaram ele. Eles o balearam de dentro do blindado e foram embora, não prestaram socorro e não apareceram na UPA. Marlon deu entrada na UPA de Manguinhos sem nada, nenhum amparo e depois foi encaminhado ao hospital. Lá, só depois que ele desceu da sala da cirurgia, nós, os familiares, recebemos a notícia de que ele está preso, sob custódia", relata.
A tia do rapaz ainda conta que a incerteza sobre o futuro do sobrinho está abalando a mãe dele neste momento delicado. Ela também é categórica ao afirmar que o jovem trabalha entregando galões de água na região, não sendo envolvido com a criminalidade, ao contrário do que alegou a PM.
"A mãe dele está muito abalada, só sabe chorar. Ela está na porta do hospital nesse momento, desamparada, desolada e preocupada e sem saber como será o destino do filho que, além de ter sido baleado sendo inocente, está sendo acusado de algo que ele não fez. Como pode? Marlon não é bandido, é entregador de água da comunidade há cinco anos, todos o conhecem", desabafa.
A tia do rapaz ainda conta que a incerteza sobre o futuro do sobrinho está abalando a mãe dele neste momento delicado. Ela também é categórica ao afirmar que o jovem trabalha entregando galões de água na região, não sendo envolvido com a criminalidade, ao contrário do que alegou a PM.
"A mãe dele está muito abalada, só sabe chorar. Ela está na porta do hospital nesse momento, desamparada, desolada e preocupada e sem saber como será o destino do filho que, além de ter sido baleado sendo inocente, está sendo acusado de algo que ele não fez. Como pode? Marlon não é bandido, é entregador de água da comunidade há cinco anos, todos o conhecem", desabafa.
Michele pede que as autoridades reconsiderem a prisão. "Não basta pagar com um tiro, ainda paga com a própria liberdade? Nós, familiares, gritamos por justiça! Vivemos com medo desse Estado todos os dias. Acreditamos que ele vai ser inocentado, o poder da comunidade é muito forte, a comunidade tem voz. Não estamos pedindo nada além de justiça", frisou.
Emocionada, ela contou sobre a vida pessoal de Marlon, o descrevendo como um rapaz honesto e trabalhador, com amor pelo teatro e, principalmente, pelo futebol e o time de coração, o Vasco da Gama.
"Marlon sempre foi um menino de ouro, seu primeiro trabalho foi como jovem aprendiz de auxiliar administrativo. Ele sempre foi esforçado, sempre correu atrás dos seus sonhos e objetivos, sem se envolver com nada errado. Ele também gostava de atuar, fez cursos de teatro dentro da nossa comunidade, mas, desde novo, é apaixonado por jogar futebol. O amor dele é o futebol e o Vasco", contou a tia.
Em nota, a PM informou que "agentes realizavam um patrulhamento de rotina na localidade conhecida como CCPL, quando foram alvos de disparos efetuados por criminosos. Houve confronto e um dos suspeitos acabou ferido na troca de tiros".
A polícia alega que "após o confronto, os agentes foram informados que um homem havia dado entrada, vítima de disparo de arma de fogo, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha. Na unidade, após conversas com os familiares e contato visual do mesmo, foi constatado pela guarnição que se tratava do suspeito envolvido no ataque à equipe do 22° BPM".
Ainda segundo a corporação, diante dos fatos, a equipe encaminhou a ocorrência para a 21ªDP (Bonsucesso), que determinou que o homem fosse mantido em custódia no Getúlio Vargas.
Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso.
A polícia alega que "após o confronto, os agentes foram informados que um homem havia dado entrada, vítima de disparo de arma de fogo, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha. Na unidade, após conversas com os familiares e contato visual do mesmo, foi constatado pela guarnição que se tratava do suspeito envolvido no ataque à equipe do 22° BPM".
Ainda segundo a corporação, diante dos fatos, a equipe encaminhou a ocorrência para a 21ªDP (Bonsucesso), que determinou que o homem fosse mantido em custódia no Getúlio Vargas.
Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso.
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