Parentes e amigos do jovem Marlon Anderson Cândido, de 23 anos, afirmam que ele não tem envolvimento com o tráficoReprodução / Twitter

Rio - Um jovem foi baleado durante uma operação da Polícia Militar (PM) ocorrida na comunidade CCPL, em Benfica, Zona Norte da cidade, na última segunda-feira (2). Marlon Anderson Cândido, de 23 anos, foi atingido na altura das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na Avenida Leopoldo Bulhões e foi socorrido ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Segundo a PM, ele está custodiado por ser envolvido com o crime organizado. Nas redes sociais, familiares e amigos de Marlon negam a participação dele em atividades criminosas.
Thayanne Candido da Silva, irmâ do Marlon Anderson, baleado em Benfica, Zona Norte do Rio - Estefan Radovicz/ Agência O Dia
Thayanne Candido da Silva, irmâ do Marlon Anderson, baleado em Benfica, Zona Norte do RioEstefan Radovicz/ Agência O Dia


Logo após tomarem conhecimento de que Marlon estava internado na unidade hospitalar, parentes e colegas do jovem foram ao local protestar e pedir a liberação dele. A irmã do rapaz, Thayanne Cândido da Silva, acompanhou os primeiros atendimentos e afirmou que trata-se de um trabalhador. "Ele saiu de casa para trabalhar e aí começou um tiroteio e um caveirão passou. Ele então correu por causa dos tiros, isso era umas 14h. Ele entra no trabalho de 15h às 23h, em um depósito de água", conta. Thayanne esclarece ainda que o irmão foi baleado na pista, próximo às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na Avenida Leopoldo Bulhões, e não no interior de alguma comunidade da região. 
A família alega que Marlon não tem passagem pela polícia e também não tem envolvimento com o tráfico de drogas. "Temos fotos dele trabalhando, agradecendo gorjeta de R$ 10. Ele trabalha no sol, na chuva, temos provas. Tentamos mostrar isso aos policiais e mesmo assim nada. A gente só quer provar a inocência dele, só isso. Agora recebemos a notícia que ele está no CTI", diz. O tiro atingiu a perna de Marlon.
Em uma rede social, pessoas próximas também afirmam que ele trabalha como entregador de um depósito de água e que estaria saindo de casa para trabalhar quando foi atingido.

"Garoto atravessando pra ir pro trabalho, além de ser baleado, saiu do centro cirúrgico agora e a família recebe a notícia que ele está preso. Como assim, todos aqui sabem da índole dele. Trabalhador tranquilão", relatou uma amiga.



"Meu irmão é trabalhador, não merece isso não, Deus", comentou uma usuária que se identificou como irmã do rapaz.



"Marlon nosso entregador de gás e de água, justiça tem que ser feita", desabafou outra.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Marlon passou por cirurgia e apresenta quadro estável. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (3).
Procurada, a PM informou que "agentes realizavam um patrulhamento de rotina na localidade conhecida como CCPL, quando foram alvos de disparos efetuados por criminosos. Houve confronto e um dos suspeitos acabou ferido na troca de tiros".
A polícia alegou que "após o confronto, os agentes foram informados que um homem havia dado entrada, vítima de disparo de arma de fogo, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha. Na unidade, após conversas com os familiares e contato visual do mesmo, foi constatado pela guarnição que se tratava do suspeito envolvido no ataque à equipe do 22° BPM".
Ainda segundo a corporação, diante dos fatos, a equipe encaminhou a ocorrência para a 21ªDP (Bonsucesso), que determinou que o acusado fosse mantido em custódia no Hospital Getúlio Vargas.
Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso.