Publicado 06/01/2023 13:51
Rio - A família do catador de recicláveis Dierson Gomes da Silva, 51 anos, morto durante operação na Cidade de Deus, Zona Oeste, após ter um pedaço de madeira confundido com um fuzil, realiza uma vaquinha entre amigos para realizar o enterro no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste, neste sábado (7). De acordo com a Polícia Militar, o caso ocorreu nesta quinta-feira (5) porque uma equipe do 18º BPM (Jacarepaguá) se deparou com o homem portando o que aparentava ser a arma com uma bandoleira e por isso atiraram. Os policiais envolvidos na ação foram afastados do cargo.
De acordo com Denise Silva Ribeiro, 48 anos, que esteve no Instituto Médico Legal do Centro, nesta sexta (6), a gratuidade para sepultamento no estado do Rio é para os cemitério de Inhaúma, na Zona Norte, e do Caju, no Centro, mas a família deseja realizar o enterro no Cemitério de Pechincha, na Zona Oeste, devido a proximidade, para que todos os amigo possam ir.
“A gente quer que seja no Pechincha para que todos os amigos consigam ir, porque lá mesmo se for pra ir a pé é perto de casa, por isso a gente tá fazendo uma vaquinha e todo mundo está ajudando. Eu fui no cartório e um homem que perdeu a filha me deu R$ 300 e eu nem conhecia ele, tem gente do meu trabalho e colegas do filho dele ajudando também. Queremos dar um enterro digno, porque ele não merece ser enterrado de qualquer maneira. Não são eles que têm que escolher, em Inhaúma, por exemplo, eu sei nem chegar, no Caju eu sei porque eu trabalho no Centro, mas se for nesses lugares ninguém vai”, explicou.
“A gente quer que seja no Pechincha para que todos os amigos consigam ir, porque lá mesmo se for pra ir a pé é perto de casa, por isso a gente tá fazendo uma vaquinha e todo mundo está ajudando. Eu fui no cartório e um homem que perdeu a filha me deu R$ 300 e eu nem conhecia ele, tem gente do meu trabalho e colegas do filho dele ajudando também. Queremos dar um enterro digno, porque ele não merece ser enterrado de qualquer maneira. Não são eles que têm que escolher, em Inhaúma, por exemplo, eu sei nem chegar, no Caju eu sei porque eu trabalho no Centro, mas se for nesses lugares ninguém vai”, explicou.
Denise disse ainda que não pretende fazer protestos porque acredita que irmão não iria gostar. “Está todo mundo triste, mas meu irmão não ia querer bagunça, se ele tivesse aqui ele ia falar que a Justiça vem do senhor. Além disso, não ia adiantar nada a gente quebrar nada, porque isso não vai trazer meu irmão de volta. Eu preferia que mesmo baleado, que ficasse sem andar, ou qualquer coisa, mas que ele tivesse aqui, meu irmão não era envolvido, não era nada, ele morreu por causa de um pau, sei lá como que foi pq eu estava no trabalho”,contou.
A irmã da vítima também fez vários questionamentos: “Quem vai ser o próximo? Pode ser eu que saio todo dia pra trabalhar, pode ser outro, quando isso vai acabar? Nunca pensei que meu irmão ia morrer de tiro, a gente mora lá há mais de 50 anos, e nunca pensamos num negócio assim e agora o mais difícil ainda é reconhecer o corpo, porque está entre eu e meu irmão, estou pedindo força a Deus”, desabafou.
Procurado, o Governo do Estado ainda não respondeu se pretende custear o enterro de Dierson no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste.
Relembre o caso
O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada. Já a sobrinha da vítima, Jurema Jane Silva de Souza, de 31 anos, explicou que ele estava em uma construção que fazia parte da casa da mãe quando foi baleado.
"Trabalhava com reciclagem e com o que aparecia, desentupia os canos, ajudava em obra, capinava, fazia o famoso bico. Era um pouco de tudo para se manter", diz a sobrinha, que era tratada pelo tio como se fosse uma filha.
A irmã da vítima também fez vários questionamentos: “Quem vai ser o próximo? Pode ser eu que saio todo dia pra trabalhar, pode ser outro, quando isso vai acabar? Nunca pensei que meu irmão ia morrer de tiro, a gente mora lá há mais de 50 anos, e nunca pensamos num negócio assim e agora o mais difícil ainda é reconhecer o corpo, porque está entre eu e meu irmão, estou pedindo força a Deus”, desabafou.
Procurado, o Governo do Estado ainda não respondeu se pretende custear o enterro de Dierson no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste.
Relembre o caso
O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada. Já a sobrinha da vítima, Jurema Jane Silva de Souza, de 31 anos, explicou que ele estava em uma construção que fazia parte da casa da mãe quando foi baleado.
"Trabalhava com reciclagem e com o que aparecia, desentupia os canos, ajudava em obra, capinava, fazia o famoso bico. Era um pouco de tudo para se manter", diz a sobrinha, que era tratada pelo tio como se fosse uma filha.
De acordo com a PM, foi instaurado um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da ocorrência. O local do fato foi preservado e periciado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O Comando do 18ºBPM está em contato permanente com o titular da DHC, assim como a Corregedoria Geral da Corporação acompanha o caso.
A família, no entanto, contesta a versão da PM. Para o irmão de Dierson, Marcos Cardoso, de 44 anos, que esteve no Instituto Médico Legal do Centro, o número de disparos dados contra o catador não condiz com a justificativa de confusão. "Como que eles se confundiram e deram tantos tiros? Falaram que eles dispararam mais de 30 tiros contra o meu irmão", questionou o familiar.
A sobrinha também contestou a confusão dos PMs. "Eles são treinados para isso. Se fosse uma pessoa sem treinamento, não dizia nada. Eles andam de fuzil e não conseguiram identificar que não era um fuzil? Para mim não tem lógica. Eram oito horas da manhã, estava claro. Como que não identificaram que aquilo não era um fuzil?", perguntou.
Em nota, a PM ainda informou que durante a operação os policiais foram atacados a tiros em diversos pontos da comunidade e equipes do BOPE apreenderam um fuzil calibre 5,56. Outros dois homens foram presos com quatro rádios comunicadores e diversos carregadordentificar-que-nao-era-um-fuzil-questiona-sobrinha-de-catador-morto-na-cidade-de-deus.html">pedaço de madeira confundido com um fuzil, realiza uma vaquinha entre amigos para realizar o enterro no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste, neste sábado (7). De acordo com a Polícia Militar, o caso ocorreu nesta quinta-feira (5) porque uma equipe do 18º BPM (Jacarepaguá) se deparou com o homem portando o que aparentava ser a arma com uma bandoleira e por isso atiraram. Os policiais envolvidos na ação foram afastados do cargo.
De acordo com Denise Silva Ribeiro, 48 anos, que esteve no Instituto Médico Legal do Centro, nesta sexta (6), a gratuidade para sepultamento no estado do Rio é para os cemitério de Inhaúma, na Zona Norte, e do Caju, no Centro, mas a família deseja realizar o enterro no Cemitério de Pechincha, na Zona Oeste, devido a proximidade, para que todos os amigo possam ir.
“A gente quer que seja no Pechincha para que todos os amigos consigam ir, porque lá mesmo se for pra ir a pé é perto de casa, por isso a gente tá fazendo uma vaquinha e todo mundo está ajudando. Eu fui no cartório e um homem que perdeu a filha me deu R$ 300 e eu nem conhecia ele, tem gente do meu trabalho e colegas do filho dele ajudando também. Queremos dar um enterro digno, porque ele não merece ser enterrado de qualquer maneira. Não são eles que têm que escolher, em Inhaúma, por exemplo, eu sei nem chegar, no Caju eu sei porque eu trabalho no Centro, mas se for nesses lugares ninguém vai”, explicou.
“A gente quer que seja no Pechincha para que todos os amigos consigam ir, porque lá mesmo se for pra ir a pé é perto de casa, por isso a gente tá fazendo uma vaquinha e todo mundo está ajudando. Eu fui no cartório e um homem que perdeu a filha me deu R$ 300 e eu nem conhecia ele, tem gente do meu trabalho e colegas do filho dele ajudando também. Queremos dar um enterro digno, porque ele não merece ser enterrado de qualquer maneira. Não são eles que têm que escolher, em Inhaúma, por exemplo, eu sei nem chegar, no Caju eu sei porque eu trabalho no Centro, mas se for nesses lugares ninguém vai”, explicou.
Denise disse ainda que não pretende fazer protestos porque acredita que irmão não iria gostar. “Está todo mundo triste, mas meu irmão não ia querer bagunça, se ele tivesse aqui ele ia falar que a Justiça vem do senhor. Além disso, não ia adiantar nada a gente quebrar nada, porque isso não vai trazer meu irmão de volta. Eu preferia que mesmo baleado, que ficasse sem andar, ou qualquer coisa, mas que ele tivesse aqui, meu irmão não era envolvido, não era nada, ele morreu por causa de um pau, sei lá como que foi pq eu estava no trabalho”,contou.
A irmã da vítima também fez vários questionamentos: “Quem vai ser o próximo? Pode ser eu que saio todo dia pra trabalhar, pode ser outro, quando isso vai acabar? Nunca pensei que meu irmão ia morrer de tiro, a gente mora lá há mais de 50 anos, e nunca pensamos num negócio assim e agora o mais difícil ainda é reconhecer o corpo, porque está entre eu e meu irmão, estou pedindo força a Deus”, desabafou.
Procurado, o Governo do Estado ainda não respondeu se pretende custear o enterro de Dierson no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste.
Relembre o caso
O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada. Já a sobrinha da vítima, Jurema Jane Silva de Souza, de 31 anos, explicou que ele estava em uma construção que fazia parte da casa da mãe quando foi baleado.
"Trabalhava com reciclagem e com o que aparecia, desentupia os canos, ajudava em obra, capinava, fazia o famoso bico. Era um pouco de tudo para se manter", diz a sobrinha, que era tratada pelo tio como se fosse uma filha.
A irmã da vítima também fez vários questionamentos: “Quem vai ser o próximo? Pode ser eu que saio todo dia pra trabalhar, pode ser outro, quando isso vai acabar? Nunca pensei que meu irmão ia morrer de tiro, a gente mora lá há mais de 50 anos, e nunca pensamos num negócio assim e agora o mais difícil ainda é reconhecer o corpo, porque está entre eu e meu irmão, estou pedindo força a Deus”, desabafou.
Procurado, o Governo do Estado ainda não respondeu se pretende custear o enterro de Dierson no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste.
Relembre o caso
O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada. Já a sobrinha da vítima, Jurema Jane Silva de Souza, de 31 anos, explicou que ele estava em uma construção que fazia parte da casa da mãe quando foi baleado.
"Trabalhava com reciclagem e com o que aparecia, desentupia os canos, ajudava em obra, capinava, fazia o famoso bico. Era um pouco de tudo para se manter", diz a sobrinha, que era tratada pelo tio como se fosse uma filha.
De acordo com a PM, foi instaurado um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da ocorrência. O local do fato foi preservado e periciado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O Comando do 18ºBPM está em contato permanente com o titular da DHC, assim como a Corregedoria Geral da Corporação acompanha o caso.
A família, no entanto, contesta a versão da PM. Para o irmão de Dierson, Marcos Cardoso, de 44 anos, que esteve no Instituto Médico Legal do Centro, o número de disparos dados contra o catador não condiz com a justificativa de confusão. "Como que eles se confundiram e deram tantos tiros? Falaram que eles dispararam mais de 30 tiros contra o meu irmão", questionou o familiar.
A sobrinha também contestou a confusão dos PMs. "Eles são treinados para isso. Se fosse uma pessoa sem treinamento, não dizia nada. Eles andam de fuzil e não conseguiram identificar que não era um fuzil? Para mim não tem lógica. Eram oito horas da manhã, estava claro. Como que não identificaram que aquilo não era um fuzil?", perguntou.
Em nota, a PM ainda informou que durante a operação os policiais foram atacados a tiros em diversos pontos da comunidade e equipes do BOPE apreenderam um fuzil calibre 5,56. Outros dois homens foram presos com quatro rádios comunicadores e diversos carregadores de baterias.
Já na região da Praça do Adão, os cães do BAC detectaram um esconderijo com 25 tabletes de aproximadamente 2 kg de maconha, 405 pinos de cocaína e 4 carregadores de pistola calibre 9mm.
Procurada, a Polícia Civil informou que de acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), os agentes envolvidos prestaram depoimento, assim como testemunhas. As armas dos policiais militares foram apreendidas para a perícia e outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
Já na região da Praça do Adão, os cães do BAC detectaram um esconderijo com 25 tabletes de aproximadamente 2 kg de maconha, 405 pinos de cocaína e 4 carregadores de pistola calibre 9mm.
Procurada, a Polícia Civil informou que de acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), os agentes envolvidos prestaram depoimento, assim como testemunhas. As armas dos policiais militares foram apreendidas para a perícia e outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
O Governo do Estado afirmou, em nota, que está disponível para arcar com as despesas do sepultamento. No entanto, a Superintendência de Direitos Humanos ainda não conseguiu contato com a família.
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