Dierson Gomes da Silva, 51 anos, estava segurando um pedaço de madeira quando foi baleado Rede Social
Ainda segundo a PM, foi instaurado um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da ocorrência. O local do fato foi preservado e periciado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O Comando do 18ºBPM está em contato permanente com o titular da DHC, assim como a Corregedoria Geral da Corporação acompanha o caso.
O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada.
Familiares de Dierson estiveram no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, ainda na tarde de ontem e informaram que o catador nunca teve envolvimento com o tráfico de drogas.
Uma sobrinha da vítima, Jurema Jane Silva de Souza, de 31 anos, explicou que ele estava em uma construção que fazia parte da casa da mãe quando foi baleado.
"Trabalhava com reciclagem e com o que aparecia, desentupia os canos, ajudava em obra, capinava, fazia o famoso bico. Era um pouco de tudo para se manter", diz a sobrinha, que era tratada pelo tio como se fosse uma filha.
Segundo a irmã da vítima, Denise Silva Ribeiro, 48 anos, os trâmites do enterro ainda estão sendo resolvidos e provavelmente deverá ocorrer neste sábado (7) no Cemitério do Pechincha.
A família ainda contesta a versão da PM. Para o irmão de Dierson, Marcos Cardoso, de 44 anos, que também esteve no IML, o número de disparos dados contra o catador não condiz com a justificativa de confusão. "Como que eles se confundiram e deram tantos tiros? Falaram que eles dispararam mais de 30 tiros contra o meu irmão", questionou o familiar.
A sobrinha também contestou a confusão dos PMs. "Eles são treinados para isso. Se fosse uma pessoa sem treinamento, não dizia nada. Eles andam de fuzil e não conseguiram identificar que não era um fuzil? Para mim não tem lógica. Eram oito horas da manhã, estava claro. Como que não identificaram que aquilo não era um fuzil?", perguntou.
Confira a nota da PM na íntegra
Ainda de acordo com a Polícia Militar, nesta quinta-feira (5), equipes do 18ºBPM (Jacarepaguá), com o apoio do Comando de Operações Especiais (COE) – através do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC) – realizaram uma operação na Comunidade Cidade de Deus. Dentre os objetivos, a prisão de criminosos que atuam no crime organizado daquela localidade e praticam diversos roubos na região, além de também apreender armas de fogo e recuperar veículos roubados.
“De acordo com policiais do 18º BPM, uma equipe da unidade se deslocava pela localidade do Pantanal, uma área historicamente conflagrada, quando se deparou com um homem conduzindo o que aparentava ser um fuzil, pendurado em uma espécie de bandoleira improvisada com tecidos. Os policiais efetuaram disparos e o atingiram. O ferido não resistiu. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para a perícia.
Além do procedimento interno instaurado, a SEPM colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil. Os policiais foram identificados e as armas apresentadas à perícia.
Durante as ações, os policiais foram atacados a tiros em diversos pontos da comunidade e equipes do BOPE apreenderam um fuzil calibre 5,56. Outros dois homens foram presos com quatro rádios comunicadores e diversos carregadores de baterias.
Já na região da Praça do Adão, os cães do BAC detectaram um esconderijo com 25 tabletes de aproximadamente 2 kg de maconha, 405 pinos de cocaína e 4 carregadores de pistola calibre 9mm.
As ocorrências foram apresentadas na 32ª DP.
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