Publicado 06/01/2023 21:56
Rio - Áudios obtidos pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio (MPRJ), revelam planos de Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, o 'Faraó dos Bitcoins', para eliminar concorrentes do mercado de criptomoedas. As conversas foram obtidas pela GloboNews e divulgadas nesta sexta-feira (6).
A voz do homem que aparece detalhando o monitoramento das vítimas e planejamento dos homicídios foi identificado pelos investigadores como sendo de Ricardo Rodrigues Gomes, o Piloto, integrante da quadrilha de Glaidson. De acordo com a Justiça, ele já foi condenado por tráfico internacional de drogas, após envolvimento com o traficante colombiano Pablo Escobar. Atualmente o criminoso está foragido e seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol.
De acordo com as investigações do Gaeco, Piloto monitorava as vítimas e contratava os assassinos. Em uma das conversas obtidas, Ricardo diz: "Já planilharam tudo. Rua pra sair, tudo, rua onde não tem câmera, tudo, tudo, tudo", informa ele aos comparsas se referindo a uma vítima.
Em um outro áudio, este também divulgado pela GloboNews, um dos pistoleiros contratados pela quadrilha diz que não executou a vítima pois a mesma passou o dia com a mulher e a filha. "O trabalho vai ser feito com 100% de segurança, entendeu? O que acontece, ele não largou da esposa e nem a filha hoje. Ficou praticamente direto. Então, com mulher e filha a gente não mexe", disse.
O grupo utilizou-se também de investigadores da Polícia Civil para eliminar concorrentes. Segundo o Ministério Público, a quadrilha esteve diversas vezes na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, para negociar com policiais da Delegacia de Defraudações. Foram cinco agentes e uma delegada corrompidos, conforme a denúncia.
Até mesmo uma operação policial foi comprada por R$ 100 mil. O alvo foi um grupo rival do mercado de criptomoedas, a Oregon Enterprise. O valor seria dividido entre os policiais e a delegada Daniela do Santos Rebelo Pinto.
"Vamos fazer uma operação para assustar todos em Cabo Frio, a delegada já comunicou a CVM (comissão de valores mobiliários)", informou a Glaidson um de seus comparsas.
Os policiais envolvidos no caso foram afastados dos cargos e tiveram o porte de arma suspenso. A delegada Daniela Rebelo nega as acusações e diz que tudo será esclarecido no curso do processo.
Continua após a publicidade
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil solicitou acesso às investigações para instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a fim de apurar responsabilidade administrativa disciplinar. "A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade", diz em nota.
Até mesmo uma operação policial foi comprada por R$ 100 mil. O alvo foi um grupo rival do mercado de criptomoedas, a Oregon Enterprise. O valor seria dividido entre os policiais e a delegada Daniela do Santos Rebelo Pinto.
"Vamos fazer uma operação para assustar todos em Cabo Frio, a delegada já comunicou a CVM (comissão de valores mobiliários)", informou a Glaidson um de seus comparsas.
Os policiais envolvidos no caso foram afastados dos cargos e tiveram o porte de arma suspenso. A delegada Daniela Rebelo nega as acusações e diz que tudo será esclarecido no curso do processo.
Continua após a publicidade
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil solicitou acesso às investigações para instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a fim de apurar responsabilidade administrativa disciplinar. "A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade", diz em nota.
Glaidson deve ir para presídio no Paraná
Preso desde agosto de 2021 por comandar um esquema financeiro de pirâmide que prejudicou milhares de investidores, o ex-garçom deve ser transferido do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para o presídio federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná.
De acordo com a defesa dele, as novas acusações não procedem e o estado de saúde dele o impede de ser transferido para outro estado. Em dezembro do ano passado, Glaidson foi acusado mais uma vez pelo MPRJ por liderar um grupo de pistoleiros que tinha como objetivo monitorar e eliminar desafetos.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.