Glaidson Acácio dos Santos é alvo de nova denúncia por liderar grupo de pistoleirosREPRODUÇÃO/TV GLOBO
A nova denúncia afirma que Glaidson dos Santos mantinha uma estrutura para matar concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais.
"Vai se meter com tubarão? Ninguém se mete com tubarão", diz Glaidson em um dos áudio apreendidos durante as investigações. O esquema financeiro do "Faraó dos Bitcoins" movimentou cerca de R$ 38 bilhões.
As empresas de fachada eram usadas para pagar despesas do grupo, como compra de armas, pagamento de seguranças e pistoleiros, e contratação de detetives.
"Mais uma pirâmide. Se a inteligência puder trabalhar para ajudar, fazer o que tem que ser feito. Seria ideal focar nessas pirâmides aí para resolver só problemas, seria ideal", revela um áudio de Glaidson apreendido na investigação. Segundo os investigadores, o investidor Wesley Pessano Alcântara foi um dos alvos da quadrilha, morto em São Pedro d’Aldeia, e outros dois concorrentes sofreram tentativas de homicídio pelo esquema criminoso.
O grupo utilizou-se até mesmo de investigadores da Polícia Civil para eliminar concorrentes. Segundo o Ministério Público, a quadrilha esteve diversas vezes na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, para negociar com policiais da Delegacia de Defraudações. Foram cinco agentes e uma delegada corrompidos, conforme a denúncia.
Até mesmo uma operação policial foi comprada por R$ 100 mil. O alvo foi um grupo rival do mercado de criptomoedas, a Oregon Enterprise. O valor seria dividido entre os policiais e a delegada Daniela do Santos Rebelo Pinto.
"Vamos fazer uma operação para assustar todos em Cabo Frio, a delegada já comunicou a CVM (comissão de valores mobiliários)", informou a Glaidson um de seus comparsas.
Os policiais envolvidos no caso foram afastados dos cargos e tiveram o porte de arma suspenso. A delegada Daniela Rebelo nega as acusações e diz que tudo será esclarecido no curso do processo.
A defesa de Glaidson Acácio dos Santos afirmou que recebeu com surpresa a decretação da nova prisão preventiva e que já juntou a procuração e irá recorrer da decisão do MP contra Glaidson.
O Tribunal de Justiça do Rio afirmou que Glaidson é réu por estelionato e em processo na Justiça Federal.
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