Publicado 14/01/2023 20:29
Rio - A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) removeu 5,4 toneladas de peixes mortos do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, entre esta sexta-feira (13) e a manhã deste sábado (14).
De acordo com a prefeitura do Rio, a remoção feita pela Comlurb acontece apenas quando os resíduos chegam às areias das praias. O serviço contou com 10 garis e o apoio de puçás e de um caminhão compactador.
O órgão ainda ressaltou que a responsabilidade ambiental da Lagoa de Marapendi e demais lagoas da Barra e de Jacarepaguá é do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). Questionado sobre o assunto, o Inea disse que realizou vistoria no canal na manhã desta sexta-feira (13) e que coletou amostras de qualidade de água do local para exames laboratoriais, a fim de emitir um parecer conclusivo sobre as causas da mortandade.
O biólogo Mário Moscatelli apontou que a lagoa está 'trabalhando' no limite pelas condições de degradação permanente. Classificado como "um paciente muito doente" por Moscatelli, a mortandade, então, não seria uma novidade, mas produto de 40 anos de descaso com o saneamento urbano e o crescimento desordenado, atingindo inicialmente as espécies mais vulneráveis, como a Savelha.
"Vem a chuva e traz mais desequilibro, associado com aporte de mais matéria orgânica, mudança de salinidade, temperatura e oxigênio dissolvido na água. Pronto. O 'paciente' que já não está bem faz 40 anos, acaba 'enfartando' por conta da 'azeitona' que comeu, que no caso estou associando ao período prolongado de chuvas e seus desdobramentos. Destaco que não foi a chuva a protagonista dessa mortandade, apenas o gatilho. Os protagonistas são historicamente a falta de saneamento universalizado e o crescimento urbano desordenado. Isso é fato", pontuou o biólogo.
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