Audiência de custódia de Andrés Carrillo, de 32 anos, está prevista para acontecer entre às 13h e 18h de hojeMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 17/01/2023 07:29 | Atualizado 17/01/2023 07:33
Rio - O anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, vai passar por uma audiência de custódia nesta terça-feira (17), para definir se ele vai responder às acusações de estuprar pacientes durante procedimentos cirúrgicos em liberdade ou se permanecerá preso. O médico foi detido na segunda-feira (16), em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, durante a Operação Sentinela da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). 
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), a audiência do médico está prevista para acontecer entre às 13h e 18h de hoje. Carrillo é suspeito de estuprar pacientes anestesiadas durante, pelo menos, dois procedimentos cirúrgicos, sendo um deles no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Governador, na Zona Norte, e outro no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, na Região dos Lagos. 
O abuso no Hospital do Fundão aconteceu em 5 de fevereiro de 2021, em um procedimento para retirada de útero. Já na unidade da Região dos Lagos, ocorreu em 15 de dezembro de 2020, durante a realização de uma cirurgia de laqueadura. Em depoimento à polícia, ele confessou que aguardava "a melhor hora" e aproveitava para esfregar seu pênis nas pacientes. O homem responde ainda a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil. 
As investigações contra o médico tiveram início em dezembro de 2022, a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil. Os agentes constataram que o colombiano mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos cerca de 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes.
A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês recém nascidos. As investigações seguem em andamento para apurar se o anestesista apagou vídeos e fotos do seu celular e notebook que pudessem o incriminar, para levantar todas as unidades nas quais o médico trabalha e encontrar novas possíveis vítimas.
Paixão pela profissão e gosto por armas
Nas redes sociais, Andres exibia com orgulho a rotina da profissão, posando ao lado de colegas de plantão e ostentava seu amor por armas. Em pelo menos três fotos publicadas, ele aparece manuseando uma arma airsoft. O perfil do estrangeiro também revela um relacionamento com uma mulher colombiana, que assim como ele, se mudou para o Brasil para exercer a profissão de medicina. Em publicações com textos românticos, o homem diz ter encontrada a sua companheira de "rotina e aventuras".
Noivo desde setembro do ano passado, Andres chegou ao Brasil em 2017, dois anos depois de ter se formado na Universidade de Magdalena, em Santa Marta, na Colômbia. O anestesista fez residência médica em anestesiologia e, segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), na época dos casos em que foi denunciado, ele não possuía CRM e atuava de forma irregular.
 
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