Justiça do Rio decide manter o anestesista Andres Carrillo, de 32 anos, preso acusado de abuso sexual contra pacientesMarcos Porto / Agência O Dia
Publicado 19/01/2023 21:29
Rio - O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) dará 15 dias para que o anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, para apresentar defesa em relação aos crimes que ele responde. Até o momento, a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) investiga o médico por dois estupros contra pacientes em sala de cirurgia e ouviu nos últimos dias o pai de uma criança do sexo feminino que também pode ter sido vítima dele. 
O órgão disse ainda, em nota, que está agilizando os trâmites para solicitar, de forma imediata, a interdição cautelar do registro do médico. Se finalizado o trâmite, Andres Carrillo não poderá realizar mais nenhum procedimento médico. O processo do colombiano será semelhante ao processo que o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi submetido. Ele, por sua vez, foi preso em flagrante estuprando uma paciente dentro de um centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, em julho do ano passado.
A sindicância contra o médico foi aberta na segunda-feira (16) e segue em andamento no Cremerj. 
Investigação
As investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.

Os agentes constataram que o médico mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos milhares de arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês recém nascidos.
Um dos casos data de 15 de dezembro de 2020 no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, Região dos Lagos, durante a realização de uma cirurgia de laqueadura.
Em nota, o hospital afirmou que o médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021 e que colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do médico anestesista.

O segundo foi em 5 de fevereiro de 2021 em uma das salas de cirurgia do Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão, da UFRJ, durante um procedimento para retirada de útero.
 
Publicidade
Leia mais