Publicado 21/03/2023 10:27
Rio - Um entregador do Ifood foi ameaçado por um cliente por não subir em um apartamento para entregar um lanche no último domingo (19). A ação foi gravada na portaria de um condomínio na Estrada do Camorim, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, pelo próprio motoboy e viralizou nas redes sociais. Nesta segunda (20), outros entregadores realizaram um protesto em frente ao condomínio onde ocorreu o caso defendendo o colega de trabalho.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o morador começa falando bastante alterado e pergunta porque o entregador não subiu para realizar a entrega, e o diálogo acontece da seguinte forma:
“Tu é brabo da onde, meu parceiro?”, disse o homem.
“Eu só não posso subir”, respondeu o entregador.
“Aqui tu só morre por causa de milícia, meu parceiro, se eu descesse armado, te dou uma coronhada, seu filho da p***”, disse o morador.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o morador começa falando bastante alterado e pergunta porque o entregador não subiu para realizar a entrega, e o diálogo acontece da seguinte forma:
“Tu é brabo da onde, meu parceiro?”, disse o homem.
“Eu só não posso subir”, respondeu o entregador.
“Aqui tu só morre por causa de milícia, meu parceiro, se eu descesse armado, te dou uma coronhada, seu filho da p***”, disse o morador.
O cliente ainda questiona novamente porque ele não sobe e se o entregador estaria bêbado. O motoboy, Robson José da Silva, de 29 anos, então responde que só ganha para entregar até a portaria e que não é obrigado a subir até nenhum apartamento. Por fim, o morador também não passou o código solicitado ao Ifood para liberação do pedido.
"O pedido não estava no nome dele e já começou errado. Eu pedi para a cliente descer, ela se recusou e falou que ia cancelar o pedido. Fiquei esperando cinco minutos e desceu um rapaz, suposto miliciano, que deve ser o companheiro dela. Eu falei que não era obrigado a subir. Ele falou que era melhor eu ralar porque ia ligar para os amigos dele. Como ele falou que era miliciano, eu saí do local. Não ganhei pela corrida e fui com o pedido pra casa", contou o entregador.
Robson ainda acrescentou que chamou a Polícia Militar para o local. Os agentes então conversaram com as partes e pediram para o entregador fazer um boletim de ocorrência.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) foram acionados para uma ocorrência de ameaça na Estrada de Camorim. De acordo com o comando da unidade, Robson se apresentou à equipe como sendo entregador de aplicativo de refeições e alegou ter sido ameaçado por um morador de um dos condomínios da região.
A corporação completou que os policiais foram até o endereço do acusado que se recusou a fornecer sua identificação e também não autorizou a entrada dos policiais em sua residência. Dessa forma, os agentes orientaram o solicitante da ocorrência a tomar as medidas cabíveis, registrando o fato na delegacia da região.
Robson informou que registrou o boletim de ocorrência na 32ª DP (Taquara). Ele ainda pretende processar o cliente. Questionada, a Polícia Civil ainda não respondeu sobre o caso.
Em nota, o iFood informou que repudia veemente o uso da violência, seja ela física ou verbal, e que após análise interna do caso o cliente foi bloqueado na plataforma. A empresa disse ainda que entrou em contato com o entregador e está prestando toda assistência necessária.
A plataforma ainda explicou sobre a entrega diretamente no apartamento dos clientes.
“O iFood ressalta que não existe obrigatoriedade de realizar a entrega diretamente no apartamento do cliente, por entender que há variáveis como regras de condomínio, questões de segurança ou por não existir condições de estacionar a moto na via pública. Reiteramos que as boas práticas na relação com entregadores têm sido reforçadas constantemente nos canais de comunicação da empresa e também em campanhas nas redes sociais, e pelo próprio aplicativo para clientes”, disse.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do cliente. O espaço está aberto para um posicionamento.
Outro caso
Em fevereiro, o entregador Yuri Moraes de Araújo, de 21 anos, foi vítima de agressão enquanto fazia entrega, em Campo Grande, pelo agente penitenciário Alex Ramos Cabral. O jovem contou que, antes de levar um tapa de Alex, o policial penal já havia mostrado a ele que estava armado.
A agressão também foi filmada por Yuri. Ainda segundo o relato do rapaz, ele realizava uma entrega de lanche pelo aplicativo iFood no endereço do agente penitenciário mas, ao perceber que o cliente estava exaltado, decidiu não subir até o apartamento. A agressão teria iniciado após Alex ficar irritado por ter de descer para buscar a encomenda.
A plataforma ainda explicou sobre a entrega diretamente no apartamento dos clientes.
“O iFood ressalta que não existe obrigatoriedade de realizar a entrega diretamente no apartamento do cliente, por entender que há variáveis como regras de condomínio, questões de segurança ou por não existir condições de estacionar a moto na via pública. Reiteramos que as boas práticas na relação com entregadores têm sido reforçadas constantemente nos canais de comunicação da empresa e também em campanhas nas redes sociais, e pelo próprio aplicativo para clientes”, disse.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do cliente. O espaço está aberto para um posicionamento.
Outro caso
Em fevereiro, o entregador Yuri Moraes de Araújo, de 21 anos, foi vítima de agressão enquanto fazia entrega, em Campo Grande, pelo agente penitenciário Alex Ramos Cabral. O jovem contou que, antes de levar um tapa de Alex, o policial penal já havia mostrado a ele que estava armado.
A agressão também foi filmada por Yuri. Ainda segundo o relato do rapaz, ele realizava uma entrega de lanche pelo aplicativo iFood no endereço do agente penitenciário mas, ao perceber que o cliente estava exaltado, decidiu não subir até o apartamento. A agressão teria iniciado após Alex ficar irritado por ter de descer para buscar a encomenda.
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