Publicado 23/03/2023 14:17
Rio - Uma operação da Polícia Civil e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da PM, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, terminou com 13 suspeitos mortos, dois presos, sendo um baleado, e duas mulheres feridas, nesta quinta-feira (23). A ação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na região teve como objetivo o cumprimento de mandados de prisão contra lideranças do Comando Vermelho (CV) de outros estados que estariam abrigados no complexo.
Um dos mortos identificados na ação é Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, que é apontado como um dos chefes da facção no Pará. O criminoso seria um dos responsáveis por série de ataques no estado do Norte contra agentes de segurança pública. Ao todo, desde 2021, mais de 40 agentes foram mortos no Pará.
Um dos mortos identificados na ação é Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, que é apontado como um dos chefes da facção no Pará. O criminoso seria um dos responsáveis por série de ataques no estado do Norte contra agentes de segurança pública. Ao todo, desde 2021, mais de 40 agentes foram mortos no Pará.
O grupo comandado por Leo ainda seria responsável por ter orquestrado o assalto no Village Mall, na Barra da Tijuca, em junho do ano passado, que terminou com um segurança morto.
Além dos membros da facção de outros estados, a operação também teve como alvo lideranças que tem ordenado a invasão de territórios na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a Polícia Civil, a ação começou ainda no início da manhã e logo na chegada das equipes do Core, com apoio de helicóptero blindado, houve uma intensa troca de tiros. Os agentes entraram em confronto.
Duas mulheres foram baleadas durante a ação e socorridas para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê. As feridas foram identificadas como Roseni Paulino Dias, 53 anos, e Sonia Maria da Silva, 62.
De acordo com a neta de Sonia Maria, que preferiu não se identificar, ela estava indo buscar uma receita médica no Posto de Saúde da Palmeira, para conseguir comprar remédios em uma farmácia por um preço melhor, quando acabou sendo atingida por um disparo. Ela foi socorrida por militares em um caveirão. O estado de saúde dela é estável.
A operação na região contou com o apoio de cinco blindados, dois helicópteros e 80 homens, entre membros do Bope, da PM, do Core da Polícia Civil, e ainda agentes da polícia do Pará. Diversas armas como pistolas, 13 fuzis, espingarda, revólver e metralhadoras foram apreendidas.
Na tarde desta quinta-feira (23), um blindado do Core chegou ao Heat trazendo 9 novos corpos de mortos na operação. Mais cedo, outros 4 chegaram na unidade. Na traseira do blindado, uma grande quantidade de sangue escorria. O direção do hospital informou que até o momento registrou a entrada de 16 pessoas baleadas em seu Centro de Trauma. Deste total, 13 foram a óbito. As outras três pessoas, sendo as duas mulheres e um homem, continuam em atendimento e estáveis.
Crianças se protegem de tiros
Imagens que circulam nas redes sociais mostraram diversos alunos de uma escola da rede municipal de educação de São Gonçalo abaixados para se proteger dos tiros. De acordo com a prefeitura da cidade, todas as escolas da região não funcionaram na tarde desta quinta-feira (23) por causa da operação.
"A decisão foi tomada prezando pela segurança de alunos e funcionários, para evitar a circulação de moradores e crianças no entorno durante um possível confronto", disse o órgão em nota.
Duas unidades de saúde também permaneceram fechadas durante o confronto.
Castro elogia trabalho das polícias
O governador Cláudio Castro (PL) elogiou o trabalho feito pelas polícias Civil e Militar durante as operações realizadas no Salgueiro, em São Gonçalo, e no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, contra a expansão de facções de outro estado no Rio. Castro fez menção a Leo 41, líder de uma organização criminosa do Pará, e a um outro suspeito, que seria chefe de uma facção do Sergipe.
"Confiamos nas nossas polícias, que operam num cenário mais desafiador do que qualquer capital do mundo. Parabéns ao Bope e à Core, não vamos admitir que o Rio seja usado como esconderijo de bandidos de outros estados" escreveu.
Quem também se pronunciou foi Helder Barbalho (MDB), governador do Pará. O político parabenizou o trabalho da Polícia Civil do Rio e do próprio estado na operação que resultou na morte de um dos criminosos mais procurados da região.
"A Polícia Civil paraense deflagrou uma operação conjunta com a Polícia Civil do Rio de Janeiro tendo como alvo integrantes de facções criminosas do Pará. Leonardo Araújo, conhecido como 'L41', foragido da justiça, morreu em confronto com os agentes de segurança. Ele era a principal liderança da maior organização criminosa que atua no Pará e ordenou diversos ataques também no Rio", disse o governador.
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