Thiago Ícaro Ribeiro Lima morreu após ser baleado em operação na Comunidade da TijuquinhaReprodução
Publicado 25/03/2023 16:31
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Rio - O pai do jovem Thiago Ícaro Ribeiro Lima, de 17 anos, um dos mortos durante uma operação realizada pela Polícia Militar na Comunidade da Tijuquinha, na Zona Oeste do Rio, na última quarta-feira (22), contesta a versão da PM que o menino era suspeito de pertencer ao tráfico de drogas da região.
Alexandre Modena Lima, 46, esteve na manhã deste sábado (25) no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para a liberação do corpo de seu filho. De acordo com ele, Thiago era conhecido na comunidade e trabalhava como ajudante em um depósito de gás.
"No depósito de gás, ele trabalhou dois anos ajudando um menino. Ganhava R$ 240 reais por semana e dava R$ 100 para a mãe dele. Ele trabalhava por amor. Era ajudante. Se você perguntar quem é o Thiago, todos conhecem ele trabalhando. Ou seja, meu filho nunca foi envolvido com droga, com tráfico, com nada. A única coisa que ele era uma pessoa respeitada. Não tinha uma pessoa que não sabia quem era o Thiago. Ele não destratava ninguém. As pessoas chegavam perto dele e ele cumprimentava", contou Alexandre.
O pai da vítima ainda contou que Thiago estava no local errado e na hora errada quando os policiais apareceram. Alexandre afirmou que o filho tinha amizades envolvidas com o crime, mas que ele não era. Os policiais teriam chegado na comunidade já atirando e não perguntando o que estava acontecendo.
"A fatalidade aconteceu porque ele tinha amizades que eram envolvidas e ele estava no lugar errado e na hora errada. As pessoas que fizeram isso com ele não deram chance de defesa, não abordaram ele e não perguntaram o que ele estava fazendo. Já chegaram matando. Não deram oportunidade para ele. Esse foi o presente do meu aniversário. A morte do meu filho. Entraram na intenção de matar. Não houve troca de tiros como eles falaram. Não houve resistência nenhuma. Meu filho não tinha arma na mão, faca, nada. A versão que está é totalmente mentira. Meu filho não foi apanhado com drogas. Eu tenho testemunha que meu filho estava com um garotinho tomando conta de criança. Meu filho tomava conta de cinco crianças por amor", complementou Alexandre.
Segundo o atestado de óbito, a morte de Thiago aconteceu por causa de hemorragia interna, lesão artéria ilíaca, hemoperitôneo e ação pérfuro contundente por Perfuração de Arma de Fogo (PAF). O rapaz morreu no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, depois de ser socorridos pelos policiais que atuaram na ocorrência.
O sepultamento do jovem aconteceu no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio, às 15h deste sábado (25).
O que diz a PM
Questionada sobre o assunto, a Polícia Militar informou que equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizavam policiamento pela Comunidade da Tijuquinha quando, na Rua da Amendoeira, criminosos atiraram contra os policiais.
A PM completou que houve confronto e dois suspeitos foram atingidos, sendo socorridos ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde não resistiram aos ferimentos. Na ação, foram apreendidos duas pistolas calibre 9mm e uma mochila contendo 208 trouxinhas de maconha, 172 embalagens de crack e 11 pinos de cocaína.
A ocorrência foi apresentada na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Procurada, a Polícia Civil informou que os policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos e as armas apreendidas para a perícia. Diligências estão em andamento para esclarecer as circunstâncias da morte.
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