Bruno Krupp é solto da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona OesteMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 29/03/2023 16:34
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Rio - O modelo Bruno Krupp, que atropelou e matou João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, foi solto na tarde desta quarta-feira (29) da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Preso há oito meses, o influenciador teve a liberdade concedida após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão do STJ atendeu a um pedido de habeas corpus feito pelos advogados de defesa. No recurso, os representantes de Krupp alegavam que o modelo vinha sofrendo coação ilegal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) em seu direito de locomoção. A defesa argumentou ainda que não houve dolo na conduta de Krupp no acidente que vitimou João Gabriel - com o impacto, o adolescente teve uma das pernas amputadas na hora.

De acordo com a versão apresentada pelos advogados, Krupp estava sóbrio e dirigindo a moto à noite em uma via vazia na ocasião do acidente. A defesa também pontuou que o próprio modelo sofreu uma série de lesões graves por causa da colisão.

Os argumentos da defesa foram acatados pelo ministro Rogério Chietti do STJ. O magistrado mencionou o fato dele ser réu primário e de estar preso desde agosto do ano passado.

"Não há indicação da periculosidade do agente a justificar a medida mais gravosa. Ressalto que se trata de delito de trânsito e, ainda que se pudesse cogitar de um dolo eventual, não identifico necessidade de manter o acusado preso, se outras medidas, com igual idoneidade e suficiência, podem proteger o interesse em jogo, qual seja, evitar a prática de novo crime", diz o documento.

Relembre o caso

Bruno Krupp, de 25 anos, foi preso em 3 de agosto de 2022, por ter atropelado e matado João Gabriel Cardim Guimarães, 16. O adolescente atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no dia 30 de julho, quando foi atingido. Na ocasião, o modelo dirigia sem habilitação uma motocicleta a mais de 100 km/h, bem acima da máxima de 60 km/h da via.
O acidente foi tão grave que o adolescente teve uma perna amputada na hora devido ao impacto. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois de ser atingido. Na ocasião, o modelo também foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, e recebeu alta no dia seguinte.
Entretanto, Krupp foi internado novamente, dessa vez no Hospital Marcos Moraes, no Méier, onde passou por cirurgia e precisou ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ter um dos rins paralisados. Poucos dias depois, a Polícia Civil indiciou por fraude processual, o médico Bruno Nogueira Teixeira, que alegou que Krupp não poderia ser encaminhado à prisão por causa do problema renal.

O modelo passou a receber tratamento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo de Gericinó, em Bangu e, depois da alta, foi encaminhado para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira.
Denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por homicídio com dolo eventual, ele se tornou réu e, na primeira audiência de instrução e julgamento, em novembro do ano passado, admitiu que pilotava em alta velocidade, porque já havia sofrido diversas tentativas de assalto, mas que sempre respeitou sinais e ficou atento. Krupp declarou que calculou que tinha tempo e espaço para passar, mas não esperava que a vítima correria para a calçada e disse ainda não concordar com a acusação, porque nunca faria mal a uma pessoa e não imaginou que causaria um acidente.
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