ONG levou urso de pelúcia para protesto em CopacabanaDivulgação
Publicado 08/04/2023 13:22
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Rio - A ONG Rio de Paz realizou um protesto, na manhã deste sábado (8), na praia de Copacabana, na Zona Sul, contra a morte da menina Ester, de apenas 9 anos, que foi atingida por uma bala perdida quando voltava de sua escola em Madureira, na última quarta-feira (5). O protesto também citou que muitas outras crianças são vítimas de bala perdida na cidade.
A manifestação utilizou um urso de pelúcia para homenagear a memória da menina. O item foi escolhido já que a mãe de Ester, Thamires Assis, foi vista agarrada ao objeto de pelúcia mais de uma vez desde o falecimento da filha. O teólogo e fundador da ONG, Antonio Carlos Costa, lamentou o ocorrido.
''Mais uma criança é morta por bala perdida no Rio de Janeiro. A Ester, de apenas 9 anos, saía da escola, de volta para casa, quando se viu no meio de um tiroteio entre facções rivais. Uma bala perdida atingiu sua cabeça. Ela se soma a outras 93 crianças pobres que morreram de forma análoga. O que nos cabe fazer diante dessa morte e do drama dos pais? Como a Thamires que foi vista no IML agarrada ao bichinho de pelúcia de sua filha morta, suplicando pelo seu retorno'', disse.
Antonio Carlos cobrou medidas do estado para reduzir o número de casos de violência como esse: ''Não temos como ficar calados. A face mais hedionda da criminalidade do Rio de Janeiro é a morte de meninos e meninas por bala perdida em comunidade. Nós cobramos do governo federal e estadual. Metas de redução de homicídio. Quero saber se as metas serão alcançadas nos prazos estipulados'', cobrou.

''Queremos fazer uma pergunta à Polícia Federal. O que está sendo feito para coibir o tráfico de armas no Rio de Janeiro. Elas não são fabricadas na nosso estado. Como chegam nas nossas favelas?'', completou.
De acordo com a ONG, esta foi a quarta morte de uma criança de até 14 anos por bala perdida na cidade do Rio de Janeiro em 2023. Este é o mesmo número de todo o ano de 2022. Em 2021, foram sete vítimas desta faixa etária que perderam suas em decorrência de balas perdidas.
O caso
Ester de Assis Oliveira morreu após ser baleada na tarde da última quarta-feira (5) em uma troca de tiros na Comunidade da Congonha quando voltava da escola. A vítima foi atingida por uma bala perdida durante uma guerra entre traficantes de facções rivais.
Uma segunda vítima, identificada como João Vitor Brander, de 19 anos, também morreu após ser atingida durante o confronto entre os traficantes. O homem chegou a ser socorrido e encaminhado para a UPA de Rocha Miranda, mas não resistiu. Outras três pessoas foram baleadas, mas conseguiram resistir aos ferimentos.
Os corpos de Ester e de João Vitor Brander foram enterrados no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (7). Sob forte comoção, dezenas de pessoas acompanharam o velório e enterro da pequena Ester.
Sua mãe, muito abalada, abraçava e acariciava do caixão de sua filha durante o caminho até o local do sepultamento. Dilson Moura, o pai da menina, lamentou a morte da filha e disse que foi como se tivessem tirado sua própria vida.
Moradores se mobilizaram em protesto
Moradores da comunidade realizaram um protesto nesta quinta-feira (6) próximo ao Mercadão de Madureira, na Avenida Ministro Edgard Romero, após a morte de Ester e João Vitor.

No protesto, algumas vias foram fechadas pelos moradores, impedindo o trânsito no local. Em vídeo publicados nas redes sociais, é possível ver pessoas a pé e em motos enquanto gritam por justiça.
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