Publicado 13/04/2023 22:01 | Atualizado 13/04/2023 23:02
Rio - A Polícia Civil reúne imagens e monta uma linha cronológica dos fatos para entender o início da discussão entre a nutricionista Sandra Mathias, moradora de São Conrado, na Zona Sul, e os entregadores de aplicativos Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza. Sandra é investigada pelos crimes de lesão corporal e injúria por preconceito na 15ª DP (Gávea) e ainda não prestou depoimento sobre o ocorrido. A defesa da moradora da Zona Sul alegou que a cliente está ferida e apresentou atestado na distrital válido até domingo (16).
De acordo com novas imagens, divulgadas com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo, a primeira discussão entre Sandra e Max Ângelo aconteceu no último dia 4, por volta das 22h40, na frente do condomínio onde a nutricionista mora. Na ocasião, a mulher bateu boca com o entregador e fez uma queixa na central de entregas, que fica próximo ao seu apartamento, alegando que Max teria "tirado um fino" dela ao passar de bicicleta na calçada. Nesse mesmo episódio, Max afirmou à reportagem do Jornal Nacional que a mulher o chamou de "preto da favela" e de "marginal".
A segunda briga, que repercutiu nas redes sociais, aconteceu no último domingo (9), por volta das 17h, no mesmo lugar. As novas imagens registram o início de toda a discussão. No vídeo é possível ver que Sandra passa na frente do ponto onde ficam os entregadores e aponta o dedo para Viviane, que reage e gesticula também. Max continua sentado na escada observando a discussão. Em um outro momento a briga aumenta e Sandra vai para cima da entregadora e morde sua perna. Viviane, por sua vez, dá um chute na nutricionista para afastá-la.
A briga se encerra, mas cerca de quatro minutos depois Sandra retorna ao local e começa a agredir Max, que tenta se proteger. Nas imagens, é possível ver Sandra puxando e agredindo o Max Ângelo, que é negro e aparece vestido com uma camisa vermelha. A mulher dá um soco em Max e o agarra pela roupa. Em seguida, ele se esquiva e se afasta. A mulher, então, diz: "Tu (sic) não vai embora não, filha da p...".
A gravação continua e mostra a suspeita tirando a guia de um cachorro. Ela pega o objeto e parte para cima do entregador, que fala: "Teu caô não é comigo não. Tu vai me agredir? Vai me agredir?". A moradora de São Conrado retruca: "Não é contigo, não?" e, logo na sequência, atinge o homem com a coleira.
A gravação continua e mostra a suspeita tirando a guia de um cachorro. Ela pega o objeto e parte para cima do entregador, que fala: "Teu caô não é comigo não. Tu vai me agredir? Vai me agredir?". A moradora de São Conrado retruca: "Não é contigo, não?" e, logo na sequência, atinge o homem com a coleira.
Ministério da Igualdade Racial acompanha o caso
O Ministério da Igualdade Racial enviou ofícios para cinco órgãos do Rio de Janeiro pedindo mais informações sobre o caso de racismo. Por meio da Diretoria de Combate e Superação do Racismo, foram enviados questionamentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Coordenadoria Executiva Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, do governo do estado, Presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
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