Visitas técnicas constataram série de problemas em hospitais e institutos federais do RioDivulgação
Publicado 18/04/2023 18:18 | Atualizado 18/04/2023 18:24
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Rio - As visitas técnicas da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados descobriram que a rede federal de saúde do Rio de Janeiro tem 498 leitos impedidos de funcionar. Entre a última sexta-feira (14) e esta segunda-feira (17), ocorreram fiscalizações nos 22 hospitais e institutos federais, que constataram uma série de irregularidades, desde o déficit de profissionais até problemas de infraestrutura. O relatório do que foi analisado nas unidades será encaminhado para o Ministério da Saúde.

De acordo com o levantamento feito pela Comissão, no Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte, há 411 leitos, dos quais 237 estão ocupados e 138 impedidos por falta de recursos humanos e outros problemas. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e o Centro de Terapia Intensiva (CTI) Pediátrico operam abaixo da capacidade. Com o espaço físico disponível, seria possível dobrar a quantidade de vagas.


No Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, há 13 leitos disponíveis e outros 26 estão impedidos de receberam pacientes, por conta do déficit de profissionais. No setor de Emergência, a sala amarela está lotada e os pacientes recebem atendimento em dez macas extras no corredor e quatro extras na sala vermelha. Já o Hospital Federal da Lagoa, na Zona Sul, tem 249 leitos, dos quais 33 não estão em funcionamento.

No Hospital Federal do Andaraí, também na Zona Norte, há 282 leitos cadastrados, mas 22 não estão operando por problemas de gestão, como falta de profissionais ou de rouparia. Na visita técnica do último domingo (16), uma família relatou que estava pedindo por cuidado médico para uma paciente e quando a comissão foi até o leito dela, a mulher já estava sem vida há algumas horas.

No Hospital Federal dos Servidores do Estado, no bairro da Saúde, no Centro do Rio, há 374 leitos, dos quais 55 estão impedidos. No local, ainda foram identificados muitos espaços trancados, que foram transformados em salas administrativas, utilizadas para reuniões e pelas chefias médicas e de enfermagem de diferentes especialidades, além de como vestiário. Ainda foram encontradas grande quantidade de camas novas e sem uso.

Já no Hospital Federal de Ipanema, também na Zona Sul, há três salas de cirurgia fechadas, que têm nove leitos impedidos. Ao todo, a unidade conta com 131 leitos sem funcionamento. A comissão constatou ainda lentidão no credenciamento de pacientes e que existem 2,9 mil pessoas aguardando por atendimento no local.

No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Caju, Zona Portuária do Rio, há 55 leitos sem uso. Enquanto isso, o Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, tem 29 leitos parados por falta de profissionais, o que corresponde a mais de 14% dos total do hospital.

No Instituto Nacional do Câncer (Inca) da Praça da Cruz Vermelha, no Centro, há um terreno onde deveria ter sido construído um Centro Integrado do hospital. A obra para a nova construção foi licitada pelo Governo Federal, mas o processo foi paralisado em 2012. Atualmente, a taxa de ocupação é de 56%. Por fim, na unidade do Inca de Vila Isabel, havia dois quartos de enfermaria fechados devido a uma infiltração.

A Comissão também pretende visitar, em breve, os hospitais universitários Clementino Fraga Filho, no Fundão; Gaffrée e Guinle, na Tijuca; e Antônio Pedro, em Niterói. "O objetivo dessa Comissão é apresentar para toda a sociedade a situação catastrófica que essas unidades vivem, mas, principalmente, solicitar um plano com data, com tempo, com um planejamento estruturado pelo Ministério da Saúde de como e quando resolver esses problemas. É importante que o Ministério assuma essas unidades com uma prioridade política, técnica, que as autoridades do Ministério possam estar visitando e conhecendo esses problemas de perto", afirmou o deputado federal e ex-secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz.
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