Com mandado de prisão em aberto, entregadora agredida por ex-atleta de vôlei se apresenta à polícia

Rio - A entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira, agredida pela ex-atleta de vôlei Sandra Mathias, compareceu à 15ª DP (Gávea), nesta segunda-feira (24), para cumprir um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, expedido pela Justiça de São Paulo, em 2016. Ela também presta depoimento sobre as agressões e ofensas sofridas, no último dia 9, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. A advogada de Viviane, Prisciany Sousa, explicou que ela não se apresentou antes porque estava em tratamento psicológico.

Segundo a defesa, a entregadora não sabia do mandado em aberto. "Ao decorrer de todo o procedimento, descobrimos esse mandado de prisão e hoje Viviane se colocou à disposição das autoridades policiais tanto em relação aos fatos nos quais ela foi vítima, quanto para provar sua inocência nesse mandado de prisão que está em aberto", explicou Prisciany.

A defesa informou, ainda, que Viviane não esconde que foi usuária de drogas no passado. "Na época, ela foi detida e liberada, mas jamais imaginava que ali prosseguiria um processo, tanto que esse mandado é de um processo de 2016. A Viviane já está aqui no Rio há 7 anos vivendo normalmente e trabalhando de forma lícita achando que estava tudo certo. Para ela, foi uma grande surpresa".

"Independentemente se existe um mandado ou não, o fato é que ela foi vítima de injúria, lesão corporal e ataques homofóbicos. Isso tudo tem que ser visto. O fato dela ter essa pendência é uma coisa pessoal dela que será resolvido com o judiciário, mas nada apaga tudo que ela sofreu", afirmou a advogada.

O mandado contra a entregadora é na cidade de Laranjal Paulista, no interior de São Paulo. O documento está disponível no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Nos vídeos que circularam pelas redes sociais, Viviane e Sandra aparecem discutindo e em seguida, a ex-atleta de vôlei morde a perna da entregadora, enquanto ela se segura em uma grade. Viviane consegue escapar e é perseguida por Sandra. Ela ainda não havia prestado depoimento no inquérito por falta de condições psicológicas.

O crime aconteceu depois que Sandra teria se revoltado com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847, em São Conrado.

Segundo os trabalhadores, a mulher passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão e seguiu andando com animal. Ao voltar, Viviane questionou o motivo da raiva da ex-atleta de vôlei, que se alterou e passou a ofender e agredir os entregadores. 

Max Ângelo dos Santos, uma das vítimas, foi chamado de marginal e preto. Sandra também o agrediu com socos e com a guia de uma coleira de cachorro.