Mulher agride entregador de delivery em São ConradoReprodução/Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil do Rio investiga um caso de lesão corporal e injúria por preconceito cometido por uma moradora de São Conrado, Zona Sul do Rio, contra um entregador de aplicativos de delivery. O caso aconteceu no domingo (9) e foi registrado em vídeos que circulam nas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver a mulher, identificada como a ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias, puxando e agredindo o entregador Max Angelo dos Santos, que é negro e aparece vestido com uma camisa vermelha. A mulher dá um soco em Max e o agarra pela roupa. Em seguida, ele se esquiva e se afasta. A mulher, então, diz: "Tu (sic) não vai embora não, filha da p...". Sandra é nutricionista e dona de uma escola de vôlei de praia no Leblon.


A imagem continua e mostra a suspeita tirar a guia de um cachorro. Ela pega o objeto e parte para cima do entregador, que fala: "Teu caô não é comigo não. Tu vai me agredir? Vai me agredir?". A moradora de São Conrado retruca: "Não é contigo, não?" e, logo na sequência, atinge o homem com a coleira.

O entregador foge de um dos ataques e diz: "Tira a mão de mim mulher". Um grupo de pessoas que estava no entorno grita para ele se afastar dela: "Sai de perto dela. É isso que ela quer".

De acordo com relatos na internet, a mulher teria se revoltado porque os entregadores estavam sentados descansando na porta de uma loja onde funcionam comércios, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847.

Em entrevista ao RJTV, da TV Globo, o entregador disse que a vítima cuspiu, xingou e os agrediu, só porque eles estavam no local. "Você não está na favela, p... Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu", disse a mulher.

Assim como muitos internautas, Max relacionou o ato da moradora de São Conrado com os tempos de escravidão no Brasil. Segundo o entregador, as pessoas têm de denunciar: "As pessoas não falam e enquanto for assim, sempre vai acontecer".

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso é investigado como lesão corporal e injúria por preconceito. A vítima foi ouvida na 15ª DP (Gávea) e a acusada é aguardada para prestar depoimento. "A investigação está em andamento", disse a instituição.
O DIA tenta contato com a defesa de Sandra.