Acusado de matar a mulher e dois filhos passa por audiência de instrução e julgamento

Rio - O motorista de aplicativo Alexander da Silva, acusado de matar a mulher e os dois filhos, passou por uma audiência de instrução e julgamento. Na tarde desta segunda-feira (24), o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) ouviu o irmão de Andréa Cabral Pinheiro, de 37 anos, encontrada morta ao lado da enteada Maria Eduarda Affonso da Silva, de 12 anos, no apartamento onde moravam, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Único filho do casal, Matheus Alexander Cabral Pinheiro da Silva, de 11 meses, também foi morto na residência.

De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), o irmão da vítima relatou que o réu possuía um comportamento possessivo e ciumento com relação à mulher e teria a impedido de ter contato com amigos e familiares.

Além dele, o TJRJ também ouviu o avô de Maria Eduarda. Ele contou que a filha, já falecida, passou pelos mesmo problemas de Andréa quando se relacionou com Alexander e, pelo comportamento agressivo, chegou a requerer a guarda da criança. Por fim, funcionários do prédio também prestaram depoimento.

"Os funcionários que tiveram acesso às câmeras de monitoramento do prédio afirmaram que, no dia anterior às mortes, viram toda a família chegar em casa e, posteriormente, ninguém mais saiu do apartamento. No dia seguinte, Alexander recebe uma encomenda da farmácia e trata diretamente com o porteiro sobre a entrega, saindo de casa mais à frente. Ou seja, ninguém teve acesso ao apartamento durante o período em que ocorreram as mortes, apenas a pessoa que foi entregar o remédio para o próprio acusado. A soma desses fatores fortaleceu o entendimento ministerial sobre a responsabilidade penal do réu", disse o promotor Fábio Vieira, que esteve presente na audiência.

A próxima audiência, no 5º Tribunal do Júri da Capital, está marcada para o mês de maio.

Alexander da Silva, de 49 anos, foi preso em fevereiro, logo após a morte da mulher e dois filhos. O irmão da vítima entrou em contato com a polícia por não conseguir fazer contato com Andréa. Ao chegaram na residência, no Recreio dos Bandeirantes, os policiais militares encontraram os três sem vida. Na manhã do dia seguinte, vizinhos alertaram que o suspeito tinha retornado ao condomínio, onde ele foi detido.

Andréa e Maria Eduarda foram encontradas mortas na cama, com tiros na cabeça. Já Matheus foi asfixiado no berço onde dormia. De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Alexander ainda dopou as vítimas para cometer o assassinato.