Publicado 19/05/2023 12:55
Rio - O Governo do Estado e a SuperVia, responsável pelo serviço de trens do Rio de Janeiro, realizam negociações para manter a execução do serviço, depois da desistência da concessão do sistema pela empresa Mitsui, principal acionista da Gumi Brasil Participações, que controla a concessionária. No dia 26 de abril, o grupo japonês enviou um ofício à Secretaria de Estado de Transportes comunicando a falta de interesse em continuar no comando das operações.
De acordo com a Gumi Brasil, as negociações continuam para a troca do controle acionário, mas a SuperVia vai permanecer como prestadora de serviço, mesmo sob o comando de um novo grupo controlador. A empresa explicou ainda que as trativas entre o Governo do Estado e a concessionária acontecem em separado. Confira a nota na íntegra ao final.
A Setrans informou que as negociações para a saída do controlador acionário da SuperVia estão em andamento e apontou a necessidade de mais tempo para as tratativas, para que a transição seja realizada "da melhor forma possível, com transparência e tranquilidade, preservando o serviço aos usuários", disse a pasta. Confira a nota na íntegra ao final.
A SuperVia tem a concessão da operação desde novembro de 1998, mas a Mitsui está à frente desde 2019. O malha ferroviária do Rio tem 270 km de extensão e atende 12 cidades da Região Metropolitana, transportando cerca de 350 mil passageiros. Depois do anúncio de desistência, o governador Claudio Castro afirmou que o sistema passará por uma transição para que um novo modelo de concessão seja implementado.
Operação em crise
Ainda em 2020, a SuperVia reduziu a circulação de trens alegando a perda da receita com a pandemia de covid-19 – 40% menos em relação ao que era observado antes da pandemia. Na época, a concessionária alegou que a adequação buscava manter a sobrevivência financeira da concessionária já que a tarifa arrecada pela empresa é a principal fonte de custeio da Concessão.
Em fevereiro de 2022, a empresa anunciou que faria um reajuste na passagem: de R$ 5, o valor subiria para R$ 7. O aumento levaria em conta os custos fixos com a operação, que teria sido impactada com a inflação, além do aumento de furtos e vandalismos de materiais ferroviários, o que teria elevado o custo operacional.
Nota da Gumi Brasil
"A GUMI Brasil mantém a negociação com o Governo do Estado para a troca do controle acionário da SuperVia. Já a SuperVia, como concessionária, se manterá como prestadora de serviços à população mesmo sob um novo grupo controlador e realiza negociações, em separado, para a execução do serviço à população do Rio de Janeiro."
Nota da Secretaria de Estado de Transportes
"As negociações para a saída do controlador acionário da Supervia estão em andamento e o Estado entende a necessidade de um prazo maior para as tratativas. O objetivo é que a transição seja feita da melhor forma possível, com transparência e tranquilidade, preservando o serviço aos usuários."
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