Contraventor Piruinha é apontado como mandante do homicídio de Natalino Espíndola, em 2021Reprodução/Redes Sociais
Publicado 07/06/2023 19:40 | Atualizado 07/06/2023 20:36
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Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou à Justiça do Rio bicheiros na Zona Norte do Rio, por extorsões e lavagem de dinheiro e integrantes de uma milícia que atua em Magé, na Baixada Fluminense, por homicídio. Entre os denunciados está um policial militar e o bicheiro José Caruzzo Escafura, mais conhecido como Piruinha, de 93 anos, que atualmente cumpre prisão domiciliar pela morte do neto de Natal da Portela, patrono da escola de samba de Oswaldo Cruz, em 2021.
A primeira denúncia oferecida à Justiça do Rio está relacionada à extorsão praticada por integrantes do jogo do bicho na Zona Norte do Rio, liderado por Piruinha, Monalliza Neves Escafura, filha de Piruinha; Carlos Eduardo Menezes Machado, vulgo Cadu, Paulo Henrique Carvalho da Silva e Suelem de Souza Neves.
Além do crime de extorsão, Monalliza, Cadu e Suelem também foram denunciados por lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, as vítimas Natalino José do Nascimento Espínola e Max Wanderson Marques Lopes sofreram extorsões, ameaças e outros crimes que teriam sido praticados por Monalliza, Piruninha e outros bicheiros.
Os investigadores descobriram que Natalino e Monalliza junto à Cimafer 2004 Ferro e Aço, de propriedade de Max, haviam firmado uma parceria de serviços. De acordo com o ajuste verbal firmado entre as partes, o dinheiro seria utilizado para aquisição de materiais e custeio de mão de obra, enquanto Max, na qualidade de sócio-administrador da Cimafer, ficaria responsável pela prestação de serviços a diversas construtoras, cujos pagamentos seriam divididos pelos três.
Com a frustração de negócios realizados pela Cimafer e o consequente prejuízo financeiro, instalou-se grave desavença entre, de um lado, Natalino e Max e, de outro, Monalliza e José Escafura, os quais, utilizando-se do poder exercido através do jogo do bicho, passaram a manejar os integrantes de sua organização para praticar crimes contra Natalino, Max e seus familiares.
Mesmo após a prática de diversas extorsões, diante do não pagamento da 'dívida', Monalliza e Piruinha encomendaram a morte de Neto. A vítima sofreu uma emboscada enquanto seguia a pé para a sua loja de veículos, a Auto Mix Veículos, na Estrada Intendente Magalhães, próximo a Rua Nova do Amorim, em Vila Valqueire, na Zona Oeste. Natalino era neto de Natal da Portela, patrono da escola de samba de Oswaldo Cruz, e ganhou o mesmo nome do avô. Ele era também sobrinho de Nezio Nascimento, presidente de honra da Escola de Samba Tradição. Desde o crime, Monalliza é considerada foragida.
PM envolvido em homicídio em Magé
A segunda denúncia se refere a um homicídio cometido pela milícia denominada Família Suruí, que age em Magé. Segundo o MPRJ, o policial militar André Ribeiro Lopes do Nascimento, conhecido como Andrezinho, e André Cosme da Costa Franco, vulgo André Careca, são os autores do assassinato de William Matheus Rodrigues da Silva, o Matheusinho, no dia 18 de março de 2019.
De acordo com a denúncia, William Matheus foi morto pela dupla por ser usuário de drogas e já ter sido traficante de drogas na região. O crime foi cometido para mostrar o "poder" da organização criminosa Família Suruí, que tem como objetivo exterminar traficantes e usuários de drogas nos bairros de Praia de Mauá, Suruí, Ipiranga, São Lucas e Cantinho da Vovó. O PM atuava, segundo o MPRJ, dando suporte às atividades da organização criminosa. Procurada, a Polícia Militar ainda não informou se o agente ainda exerce função na corporação.
Procurado, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que as denúncias ainda não foram distribuídas para uma vara do TJ.
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