Angélica era filha de santo, moradora do Estácio, na Zona Norte, e estava na Taquara para visitar a irmãRede Social
Publicado 12/06/2023 10:46
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Rio - O corpo de Angélica Marques dos Santos, de 52 anos, será enterrado nesta segunda-feira (12), às 15h, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. A mulher foi baleada durante um ataque a tiros em um bar na Taquara, na Zona Oeste, no último sábado (10). Durante a ação, outras três pessoas ficaram feridas, uma delas, Rosivaldo Silva Araújo, de 65 anos, que permanece internado em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

Angélica era filha de santo, moradora do Estácio, na Zona Norte, e estava na Taquara para visitar a irmã. Segundo informações de familiares, ela teria parado no estabelecimento para tomar uma cerveja, quando traficantes armados tentaram executar um miliciano que estava no bar. A família da vítima compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar a liberação do corpo no domingo (11).

Nas redes sociais, a mulher da vítima publicou uma foto de luto após a morte. Nos comentários, uma amiga lamentou o caso e descreveu Angélica como uma pessoa incrível. “Antes era ela por nós. Hoje e sempre somos nós por ela, fica um vazio enorme, mas ficam todos ensinamentos desse ser humano incrível e dos dias incríveis que tivemos ao lado dela, que só nós sabemos!”, comentou.

O bar em que ocorreu o ataque fica na Rua Jordão, número 519, no Morro do Jordão, onde traficantes e milicianos disputam o controle do território.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes realizam diligências para identificar a autoria do crime e esclarecer os fatos.

Violência rotineira

Os moradores do Morro do Jordão, na Taquara, relatam que os confrontos passaram a ser frequentes desde a invasão de traficantes do Comando Vermelho (CV) na área dominada pela milícia. Em março deste ano, leitores do DIA procuraram o jornal para denunciar a guerra entre as facções criminosas. Segundo a denúncia, desde o dia 27 de fevereiro deste ano, a milícia retomou a região, que tinha perdido para o tráfico. E agora, mais agressivos, eles resolveram aumentar e cobrar valores retroativos, atrasados, nesse período que eles estiveram fora.

Segundo os moradores, além das taxas de segurança ilegais, os milicianos passaram a saquear as lojas e pegar produtos sem pagar. "É aterrorizante, porque já nos obrigam a pagar a tal 'taxa de segurança', um dinheirão que às vezes a gente nem tem em caixa, e levam as coisas. Deixam a gente no prejuízo duas vezes", afirmou um comerciante na ocasião.

"É uma guerra que a gente não tem pra onde correr. Nenhum dos lados presta, eles se matam e fazem todo mundo de refém. É muito abandono, um desespero só. Só queremos socorro", disse um outro morador.
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