Publicado 17/06/2023 11:11
Rio - A Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam três integrantes de uma das principais quadrilhas de revenda de veículos clonados da Baixada Fluminense. Os agentes encontraram os dois homens e uma mulher em Nova Iguaçu, na noite desta sexta-feira (16), dentro de um carro roubado e adulterado. As prisões fizeram parte da Operação Torniquete, que terminou com 14 pessoas detidas e 24 automóveis recuperados, ontem, no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio.
De acordo com as investigações, os criminosos vendiam os veículos roubados e clonados por valores pouco abaixo dos praticados pelo mercado e parcelados. No momento da cobrança dos pagamentos, eles ameaçavam os compradores. As prisões aconteceram depois que uma das vítimas sofreu ameaças de morte para pagar uma das parcelas. Com eles, foram recuperados quatro automóveis avaliados em cerca de R$ 350 mil, roubados nos bairros de Jacarepaguá e Méier, e em municípios da Baixada Fluminense.
Um dos carros recuperados, do modelo Hyundai HB20, foi roubado de um escrivão judicial e nele haviam mandados do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Um dos presos identificado pelas vítimas já responde a inquérito na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) por dois homicídios e duas tentativas de homicídio, além de fazer parte do tráfico de drogas que atua na comunidade da Chatuba, no município de Mesquita. As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas e prender mais integrantes da quadrilha.
Operação Torniquete
As Delegacias de Roubos e Furtos de Automóveis ((DRFA) e de Cargas (DRFC), junto com a Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram, nesta sexta-feira, mais uma fase da Operação Torniquete, no Complexo do Chapadão, que, desde novembro de 2022, já prendeu 201 criminosos e recuperou 220 veículos. Segundo as investigações, a região se tornou uma das bases operacionais do Comando Vermelho (CV).
A facção criminosa costuma fornecer armamento pesado, como fuzis, pistolas e granadas, para a prática de roubos de veículos e de cargas, que acontecem principalmente na Baixada Fluminense e em bairros da capital fluminense, como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, e em bairros das zonas Sul e Norte, além de em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana. O grupo ainda leva terror a vias expressas como Avenida Brasil, Via Light e Avenida Pastor Martin Luther King Jr. O produto desses roubos costuma ser levado para o Complexo do Chapadão e para outras favelas com atuação do Comando Vermelho, que contam com forte armamento, utilizado contra as forças policiais.
As investigações revelaram ainda que no interior dessas comunidades, ocorrem armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.
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