Jorge Daniel Senra Lopes foi morto por um PM durante confusão na porta de uma boate em PiedadeReprodução / Redes Sociais
Publicado 20/06/2023 09:48 | Atualizado 20/06/2023 15:16
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Rio - O corpo do jovem morto por um policial militar na porta de uma boate em Piedade, na Zona Norte, na madrugada de segunda-feira (19), será enterrado às 15h no Cemitério de Irajá, nesta terça-feira (20). De acordo com informações preliminares, Jorge Daniel Senra Lopes, de 28 anos, foi atingido durante uma confusão envolvendo dois PMs de folga. 
Segundo a Polícia Militar, o comando da corporação determinou a instauração de um procedimento para apurar os fatos por meio da Corregedoria Geral.
Jorge Daniel chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a Polícia Civil, o agente André Teles da Silva Gomes, apontado como o autor do disparo que vitimou o jovem, foi preso em flagrante. Ele também ficou ferido e esteve internado no Salgado Filho, sob custódia. Após a alta médica, o PM segue preso e será ouvido pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Testemunhas também já foram ouvidas e a arma do autor do disparo que vitimou Jorge Daniel foi apreendida para realização da perícia. Imagens de câmeras de segurança do local serão analisadas. A investigação segue para esclarecer todos os fatos.
Ao DIA, Lucas Coelho, amigo do jovem, afirmou que não sabe o que de fato aconteceu na saída da boate. "Falar sobre o que aconteceu seriam teorias em cima de teorias. Eu não tenho certeza de como aconteceu, porque aconteceu e o motivo que fez quele cara cometer essa atrocidade, mas a gente sabe que foi uma covardia e que tiraram a vida do meu amigo", lamentou.
Amigos lamentam a morte de Jorge Daniel
Yuri Christian, amigo de infância de Daniel, contou que, entre os colegas, o jovem era considerado referência. "Eu cresci e convivi com o Daniel por 20 anos e é impossível não se orgulhar. Ele sempre foi uma pessoa de muita pureza e que prezava sempre pelo justo, entre os amigos de infância era a nossa referência. Um rapaz estudioso, atento, mega organizado e amava sair com os amigos", contou.
Ainda segundo Yuri, Daniel amava viver. "A energia dele era sempre lá em cima, no final tudo ia dar certo, um cara que amava viver e a gente repetia essas frases milhares de vezes: “é muito bom viver” e “viciado em viver", mas uma crueldade arrancou a vida do meu irmão, e hoje o que nos consome é dor e muita saudade", contou.
Agora, familiares e amigos esperam que a justiça seja feita. "Infelizmente tiraram a vida do meu amigo. O que resta é nos agarrar a isso, que esse cara pague pelo que ele fez e por todas as pessoas que ele está fazendo sofrer e principalmente pela vida que ele tirou", pede Lucas, amigo próximo de Daniel.
Em seu perfil em uma rede social, o treinador Daniel Ricardo, que treinou Jorge na escola de futsal do Madureira Esporte Clube, lamentou a morte do amigo.
"É muito triste ver que jovens de bem e trabalhadores tem sido assassinados por pessoas despreparadas e que sujam o nome de toda uma instituição que tem como lema 'Servir e Proteger'. O policial militar que assassinou o Daniel Senra tirou dos amigos o direito ao convívio. Tirou do Dani o direito de lutar pelos seus sonhos, da mãe que educou corretamente e se dedicou a ensinar o filho a trilhar caminhos corretos de vê-lo vencer ainda mais na vida para se orgulhar ainda mais. É duro ter que vir em plena segunda-feira, dia em que o Daniel deveria estar trabalhando ou estar em casa ao lado de sua mãe, ter que vir escrever uma despedida por um crime sem justificativas", postou Daniel.
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