Publicado 21/06/2023 18:50
Rio - Após decisão da Justiça do Rio, sete jovens acusadas de estelionato e associação criminosa foram soltas no fim da tarde desta quarta-feira (21). Elas foram presas durante uma operação da Polícia Civil contra uma quadrilha que aplicava golpes do falso consórcio de veículos no Centro do Rio. As famílias afirmam que as jovens não sabiam do crime e trabalhavam há pouco tempo na empresa de fachada Icon. Outras sete pessoas, que também receberam alvará de soltura da Justiça, aguardam a liberação do sistema prisional até esta quinta-feira (22).
A decisão da soltura foi emitida nesta terça-feira (20) pelo desembargador José Muiños Piñeiro Filho, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Apesar disso, todos os 14 envolvidos, de idade entre 18 e 30 anos, terão que cumprir medidas cautelares, como a não prestação de serviços para empresas que tenham a mesma atividade daquela que deu origem ao auto de prisão em flagrante e também terão que comparecer ao juízo, cinco dias depois de serem soltos, para informar seus endereços.
O grupo estava preso desde o dia 5 de junho. Em sua decisão, o desembargador entendeu que as provas apresentadas até o momento mostram uma fragilidade do envolvimento dessas pessoas com a quadrilha.
Alívio para uns, frustração para outros
Familiares dos presos fizeram plantão na porta do Instituto Penal Santo Expedito desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (21). Por volta das 17h, a Secretaria de Administração Penitenciária começou a liberar as acusadas. Parentes das seis jovens as receberam com alegria e alívio na saída do presídio.
Já as famílias de outras oito jovens se mostraram frustradas com o adiamento do cumprimento da decisão judicial. Foi o caso de Ubirajara Rabelo, 37 anos, pai de Kyara Rabelo, de 18 anos, uma das funcionárias que disse não saber do golpe. Ele e a madrasta da jovem disseram estar tristes em ter que voltar para casa sem ela, mas afirmaram que na quinta-feira (22), às 10h, vão retornar ao presídio na esperança de levá-la para casa.
Já as famílias de outras oito jovens se mostraram frustradas com o adiamento do cumprimento da decisão judicial. Foi o caso de Ubirajara Rabelo, 37 anos, pai de Kyara Rabelo, de 18 anos, uma das funcionárias que disse não saber do golpe. Ele e a madrasta da jovem disseram estar tristes em ter que voltar para casa sem ela, mas afirmaram que na quinta-feira (22), às 10h, vão retornar ao presídio na esperança de levá-la para casa.
Os familiares das jovens que continuam presas disseram ao DIA que a Seap não informou o motivo de liberarem somente seis acusadas.
A madrasta de Kyara, Tathyane Mendes, de 31 anos, disse que esse era o primeiro emprego de carteira assinada da enteada. "Antes ela trabalhou como atendente em um salão por três anos e meio, mas quando fez 18 anos buscava o que toda jovem queria, que é a carteira assinada. Infelizmente ela caiu nesse golpe, que era difícil de identificar, a estrutura da empresa era muito perfeita e a plataforma por onde ela conseguiu a vaga não era desconfiável", disse.
Tathyane disse ainda que Kyara ficou muito fragilizada com a situação: "Ela disse que está saindo como criminosa e ela não fez nada, mas a gente vai provar a inocência dela. Ela é uma carinhosa, apaixonada pelos irmãos e pelo pai, muito alegre, muito amiga, não tem uma parte ruim pra falar sobre ela".
Relembre o caso
A Polícia Civil prendeu 18 integrantes de uma quadrilha que aplicava o golpe do falso consórcio na venda de veículos inexistentes. A ação foi realizada pela 58ª DP (Posse) e localizou os suspeitos em um escritório na Avenida Presidente Vargas, uma das principais do Centro do Rio, no dia 5 de junho. Os agentes encontraram a empresa de fachada Icon, usada para passar credibilidade às vítimas, em funcionamento no momento da prisão.
Os suspeitos anunciavam os veículos na internet por um preço mais baixo, com promessa de crédito pré-aprovado e entrega em uma semana, após o pagamento de uma entrada entre 10% e 15%. Somente entre os meses de junho de 2022 e 2023, a quadrilha fez de cem a mil vítimas. A estimativa é de que o prejuízo tenha chegada a R$ 1 milhão.
As investigações descobriram ainda que eles vinham atuando no Centro do Rio desde junho do ano passado, mas operando em um escritório na Avenida Rio Branco, sob o nome de Onix, que depois passou a ser Agib. Ambas funcionavam em salas grandes de um prédio comercial e os falsos funcionários usavam até mesmo uniformes, o que dificultava que as vítimas identificassem o golpe.
Após firmarem os contratos, os falsos vendedores permaneciam em contato com as vítimas, mas depois que o prazo acabava e os carros não eram entregues, eles encaminhavam os clientes para outra empresa que seria responsável por resolver os problemas dos compradores. Com uma série de reclamações, a quadrilha mudava de nome e endereço, mas continuava aplicando os golpes.
"(A quadrilha) vai gerando um grupo enorme de vítimas, uma pressão enorme de cobranças. Quando chega a um determinado limite, simplesmente desaparece, fecha as portas e monta a mesma estrutura em outro lugar, com outro nome, as mesmas pessoas. Quem está de fora, ou até mesmo as próprias vítimas, não identificam que Onix, Agib e Icon é o mesmo bando de bandidos que está dando golpe", explicou o titular da 58ª DP, José Mário de Omena.
No momento da prisão, um cliente negociava a compra de um carro modelo Fiat Argo por R$ 40 mil e pagaria uma entrada de R$ 7,8 mil. Na tabela Fipe, ele foi avaliado em R$ 49 mil. Antes da venda ser realizada, entretanto, a vítima pediu para ver o veículo, mas os suspeitos alegaram que usariam o dinheiro para adquirir o automóvel. A negociação acabou sendo interrompida pela chegada da polícia.
No escritório, foram apreendidos telefones, computadores e documentos, entre eles, contratos que somados chegavam à marca de R$ 5 milhões.
Os suspeitos anunciavam os veículos na internet por um preço mais baixo, com promessa de crédito pré-aprovado e entrega em uma semana, após o pagamento de uma entrada entre 10% e 15%. Somente entre os meses de junho de 2022 e 2023, a quadrilha fez de cem a mil vítimas. A estimativa é de que o prejuízo tenha chegada a R$ 1 milhão.
As investigações descobriram ainda que eles vinham atuando no Centro do Rio desde junho do ano passado, mas operando em um escritório na Avenida Rio Branco, sob o nome de Onix, que depois passou a ser Agib. Ambas funcionavam em salas grandes de um prédio comercial e os falsos funcionários usavam até mesmo uniformes, o que dificultava que as vítimas identificassem o golpe.
Após firmarem os contratos, os falsos vendedores permaneciam em contato com as vítimas, mas depois que o prazo acabava e os carros não eram entregues, eles encaminhavam os clientes para outra empresa que seria responsável por resolver os problemas dos compradores. Com uma série de reclamações, a quadrilha mudava de nome e endereço, mas continuava aplicando os golpes.
"(A quadrilha) vai gerando um grupo enorme de vítimas, uma pressão enorme de cobranças. Quando chega a um determinado limite, simplesmente desaparece, fecha as portas e monta a mesma estrutura em outro lugar, com outro nome, as mesmas pessoas. Quem está de fora, ou até mesmo as próprias vítimas, não identificam que Onix, Agib e Icon é o mesmo bando de bandidos que está dando golpe", explicou o titular da 58ª DP, José Mário de Omena.
No momento da prisão, um cliente negociava a compra de um carro modelo Fiat Argo por R$ 40 mil e pagaria uma entrada de R$ 7,8 mil. Na tabela Fipe, ele foi avaliado em R$ 49 mil. Antes da venda ser realizada, entretanto, a vítima pediu para ver o veículo, mas os suspeitos alegaram que usariam o dinheiro para adquirir o automóvel. A negociação acabou sendo interrompida pela chegada da polícia.
No escritório, foram apreendidos telefones, computadores e documentos, entre eles, contratos que somados chegavam à marca de R$ 5 milhões.
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