Kyara Rabelo, de 18 anos, é estudante de enfermagem e trabalhava na empresa de fachada há 28 diasDivulgação
Entre os funcionários presos está Kyara Rabelo, de 18 anos. Ela é estudante de técnica de enfermagem e trabalhava na empresa de fachada Icon há 28 dias, assim como outros funcionários que estão presos. Ela foi contratada um dia antes da Polícia Civil desmanchar o esquema criminoso no Centro do Rio.
Ao DIA, a advogada de Kyara, Ariane Oliveira Melo, disse que os jovens presos, a maioria em seu primeiro emprego, acreditava trabalhar em uma empresa legal. "Eles tinham como função a venda do consórcio, ou seja, não tinham contato com valores ou produtos vendidos, tão pouco participação no lucro direto da empresa", disse.
A advogada também defende Raul Bulcão Garcia, outro jovem preso na operação. Segundo ela, ele é de Santa Catarina, no sul do país, e se mudou há poucos meses para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. "Raul estava na empresa há dois meses e não tinha recebido nenhum salário ainda, era de Santa Catarina e procurava um emprego para se reestruturar", explicou.
A família de Ana Caroline Rosa da Silva, de 26 anos, também tenta provar sua inocência. A tia dela disse nas redes sociais que a jovem se candidatou para a vaga de emprego na empresa há três meses, quando viu um anúncio em um site. "Ela foi contratada na segunda-feira (5). Essa empresa, para a surpresa de todos os jovens, estava sendo investigada, empresa que fez 18 jovens fossem presos no dia 6 de junho inocentemente. Precisamos da justiça e da liberdade de cada jovem", escreveu.
A família de Taiane Costa da Silva também tenta provar a inocência dela. Através das redes sociais, os familiares e amigos fazem uma campanha pedindo pela liberdade da mesma.
A defesa de Kyara e Raul criticou a condução das investigações e como as prisões foram realizadas. "Falta a individualização da conduta. O delegado coloca como se todos fizessem parte da organização criminosa, os jovens não foram ouvidos, não puderam explicar nada. É importante ressaltar que entre os 18 jovens, a maioria estava ali há pouco tempo, nem tinha prazo para descobrir que a empresa era fraudelenta", disse.
Justiça manteve a prisão de todos os 18 presos
Em audiência de custódia, realizada no dia 8 de maio na 21ª Vara Criminal da Comarca da Capital, converteu a prisão em flagrante dos acusados em prisão preventiva. Eles respondem por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), as defesas dos acusados apresentaram pedidos de revogação das prisões que serão examinados pelo juiz da Vara Criminal para qual o processo será distribuído.
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