Mãe denúncia agressões cometidas contra o seu filho na escola municipal Joaquim Ribeiro, em Inhaúma. Na foto, Camila Izabel Riccio, mãe de Cauã, garoto agredido.Cleber Mendes/ Agência O Dia

Rio - Um adolescente de 13 anos foi agredido por dois colegas na Escola Municipal Joaquim Ribeiro, em Inhaúma, na Zona Norte do Rio. A mãe da vítima relata que o filho levou um soco no rosto, foi derrubado no chão e atacado por outros estudantes com chutes nesta quarta-feira (14). O caso está sendo investigado pela 44ª DP (Inhaúma).
"Meu filho vai para a escola para aprender, porque ele já foi educado. Ele não vai ser educado dentro da escola, ele já é educado. Nessa escola já teve caso de um aluno entrar com uma faca para tentar matar um professor. Tenho medo de que ele enfie uma faca na barriga do meu filho. Eu perguntei para a diretora que, se ele voltar com uma faca e enfiar no meu filho, o que ela pode fazer. Ela disse que não pode fazer nada. Ela não separa ele de turma, não tira ele da escola. Esse garoto ainda vai enfiar uma faca no meu filho. Meu coração não está me enganando", disse.
Na tarde desta quinta-feira, o adolescente realizou um exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) do Centro. Com o olho inchado, ele disse que tem medo de ir para escola e ser agredido, como também já havia acontecido em 2020. A mãe, no entanto, não pensou em trocá-lo de colégio na época porque os irmãos mais velhos estudavam lá e por causa da proximidade de casa.
As ameaças continuaram. De acordo com Camila, o filho sofre bullying por causa de um problema na fala e o agressor tem fama de ser uma pessoa violenta. "Meu filho foi pisoteado. Uma criança de 13 anos. Vocês não têm noção do que é isso e eu, como mãe, não poder fazer nada. Ver ele assim e não poder fazer nada. É muito triste, não estou criando bandido", lamenta.
Em nota, a Secretaria de Educação lamentou o caso: "A Secretaria Municipal de Educação reafirma que repudia qualquer tipo de violência, dentro e fora do ambiente escolar. A direção da unidade atendeu os responsáveis e promoverá um trabalho de conscientização com os alunos. Foi criado recentemente um aplicativo Escola Segura, ferramenta inédita entre as Secretarias de Educação, que permite monitorar e gerar um banco de dados sobre os casos de violência, bullying e racismo nas escolas."
 
* Reportagem do estagiário Fred Vidal, sob supervisão de Flavio Almeida