Menina foi transferida em estado grave para o Hospital Municipal Pedro IIDivulgação
De acordo com Simone Braga Souza, mãe da vítima, a adolescente estava sentindo fortes dores no estômago há 15 dias e, inicialmente, recebeu o diagnóstico de pancreatite e pedido de internação no atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Samara, então, foi encaminhada para o Pedro II no dia 4 de abril. Após exames, ela teria sido orientada a tomar remédios para o estômago durante três dias e retornar para casa.
Sem melhorar, Samara voltou à unidade com a mãe e foi internada no dia 9 de abril com suspeita de gravidez tubária (quando o embrião se desenvolve na trompa). Os médicos fizeram uma laparotomia exploratória e constataram que um cisto ovariano foi rompido, descartando a gravidez. Ainda de acordo com o relato da mãe, os profissionais observaram uma pequena inflamação no fígado.
No dia seguinte, a menina foi transferida para o sexto andar do hospital e continuou sendo medicada, fazendo uso de remédios antigases e para dor. Segundo os familiares de Samara, novos exames detectaram um baixo índice de albumina e os médicos decidiram repor a proteína — que é produzida pelo fígado e a adolescente passou a se sentir fraca e cansada.
"Eu pedi, cheguei a falar com um médico sobre transferência, e ele disse que minha filha estava tendo o melhor tratamento que eles tinham", disse Simone, que relatou que Samara desejava deixar a unidade. No dia 25 de abril, o quadro piorou e a vítima foi levada para o CTI da unidade.
"Quando eu cheguei no dia 30 e ela estava sedada e intubada, vi que minha filha não ia mais voltar", contou, emocionada. No dia 2 de maio, Simone disse que o diretor do CTI foi teria dito a ela que os médicos não sabiam o que a filha dela tinha.
"Eu acho que não foi feito o tratamento certo, e teve alguma negligência ou erro médico. Ela fez exames por 23 dias, como eles não iam saber o que ela tinha? A minha suspeita é que eles possam não ter feito o tratamento correto. Quando eu questionei a transferência da minha filha, já que a médica disse que não tinha tratamento hepático, o dever deles era tirá-la dali e colocar onde tivesse o tratamento, mas eles disseram que tinha que esperar (a fila) do Sisreg".
Samara não conseguiu ser transferida, e morreu no dia 3 de maio de hepatite fulminante. A mãe ainda tentou que o corpo da filha fosse levado para autópsia no Instituto Médico Legal (IML), mas foi informada que, como o óbito ocorreu no hospital, o procedimento não poderia ser realizado no IML. No dia 3 de junho, Simone registrou ocorrência da distrital.
Procurada, a SMS infirmou que Samara Souza "recebeu todos os cuidados indicados no CTI da unidade, mas infelizmente não resistiu. Ela foi internada com suspeita de gravidez tubária, passando por laparotomia exploratória que constatou tratar-se de cisto de ovário roto. A paciente também apresentava sinais de hepatopatia avançada e, após exames, o diagnóstico foi fechado como hepatite autoimune".
Procurada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 36 DP (Santa Cruz), que investiga o caso e aguardam a documentação do hospital para esclarecer o fato.
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