Rio - Mais de dois mil profissionais da rede estadual de ensino decidiram, na tarde desta quinta-feira (15), manter a greve, em assembleia geral realizada na quadra da escola de samba São Clemente, na Cidade Nova, na Região Central do Rio. Após o encerramento da plenária, professores realizaram uma manifestação na Avenida Presidente Vargas, também no Centro do Rio.
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De acordo com o Centro de Operações Rio, manifestantes caminham pela Avenida Presidente Vargas, altura da Rua Carmo Neto, sentido Candelária, pelas pistas Central e Lateral. O desvio está sendo feito pela Rua Benedito Hipólito. Última atualização às 18h15 desta quinta-feira (15).
A categoria iniciou a greve no dia 17 de maio e, após 29 dias de conversa com o governo do Rio, a situação permaneceu a mesma. As três principais reivindicações dos grevistas são: pagamento do piso nacional do magistério, determinado pelo Governo Federal em 2008; reajuste salarial dos funcionários administrativos e revogação do Novo Ensino Médio.
Ao fim da assembleia, outra reunião entre os profissionais foi marcada para a próxima quarta-feira (21), às 13h, também na quadra da São Clemente, seguida de ato público na Avenida Presidente Vargas.
Procurada, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse que recebeu uma proposta apresentada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) à Assembleia Legislativa do Estado do Rio Janeiro (Alerj). "As reivindicações já foram encaminhadas à Casa Civil, que levará a proposta para análise da Comissão do Regime de Recuperação Fiscal. Importante frisar que, desde o início da greve, a categoria já foi recebia em nove ocasiões", disse. Leia a nota na íntegra no final da matéria.
Confira o calendário aprovado:
- 19/05 (segunda-feira): assembleias locais para estudar as tabelas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - 20/06 (terça-feira): reunião do Comando de Greve às 14h; logo após, às 18h, reunião do Conselho Deliberativo; - 21/06 (quarta-feira): Assembleia Geral na quadra da São Clemente, às 13h, seguida de ato público
Sem acordo entre professores e Seeduc
Os profissionais da rede estadual fizeram uma uma vigília na porta da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e da Seeduc, no Centro do Rio, nesta quarta-feira (14). Os manifestantes levaram cartazes e folhetos pedindo melhorias salariais. Durante o ato, a direção do Sepe se reuniu com deputados estaduais na Casa Legislativa e apresentou um documento com as reivindicações centrais do sindicato em busca de agilizar uma negociação com o governo.
O Sepe ainda pediu que a Alerj intercedesse para que ocorresse uma reunião com o governo nesta quinta-feira (15) com as presenças do governador Cláudio Castro (PL), do deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), presidente da Alerj, da Secretaria de Estado de Fazenda e da Comissão de Educação da Alerj. O encontro não aconteceu.
Durante o ato, um policial militar foi flagrado apontando uma arma para profissionais da rede estadual de educação. Ao DIA, o professor de Sociologia Pedro Mara, responsável pela gravação, disse que os agentes que estavam no local imprensaram os professores contra uma grade. Em determinado momento, um PM sacou a arma e apontou em direção a ele e a outros profissionais da rede.
"Hoje (quarta-feira) nós tínhamos uma negociação com o governo que seria na Alerj. Contudo, não houve mais negociação e o ato se dirigiu até a Secretaria de Educação, que é perto. Quando a gente chegou aqui, os PMs nos imprensaram contra a grade e, logo em seguida, um PM sacou a arma, uma pistola, apontou e por muito pouco ele não fez um disparo. Depois, ele justificou que a arma estava frouxa na calça e quase caindo, então ele puxou. Isso ele disse informalmente", disse Mara.
PM aponta arma para profissionais da rede estadual de educação durante ato no Centro do Rio Crédito: Reprodução / Arquivo Pessoal#ODiapic.twitter.com/bduFmgXBHw
"A Secretaria de Estado de Educação recebeu a proposta apresentada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação à Assembleia Legislativa do Estado do Rio Janeiro. E as reivindicações já foram encaminhadas à Casa Civil, que levará a proposta para análise da Comissão do Regime de Recuperação Fiscal. Importante frisar que, desde o início da greve, a categoria já foi recebia em nove ocasiões.
Além de garantir que nenhum professor da rede receba menos do que o piso nacional do magistério, o Governo do Rio, desde agosto de 2021, já investiu quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério, e também concedeu 20% de recomposição para todos os servidores nos últimos dois anos.
A secretaria sempre pautou suas ações pelo respeito e pelo diálogo. E enaltece o compromisso da maioria dos educadores (77%) que está em sala de aula e acredita no entendimento entre os profissionais de educação e o governo."
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