Professores aderem greve por tempo indeterminado no Estado do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (17)Rovena Rosa/Agência Brasil
Professores da rede estadual entram em greve por tempo indeterminado
Categoria não concorda com a proposta de aumento apresentada pelo Governo. Uma nova assembleia será realizada nesta quinta (18)
Rio - Profissionais da rede estadual de educação do Rio de Janeiro entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (17). A categoria reivindica a implementação do piso nacional do magistério para professores e funcionários administrativos. No entanto, de acordo com o projeto apresentado pela pasta, o piso nacional do magistério seria incorporado apenas para a parcela dos professores que estão abaixo do piso, mas não aos que estão acima.
A decisão pela greve foi aprovada em assembleia geral realizada no Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte do Rio, na quinta-feira passada (11). O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) informou que faz ainda o levantamento da taxa de adesão à greve nas unidades do estado, mas garante que neste primeiro dia de paralisação houve escolas com 60%, 80% e até 100% de adesão.
Conforme levantamento prévio, o CE Baltazar Bernardino, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e o CE Jornalista Tim Lopes, em Ramos, Zona Norte do Rio, atingiram 100% de adesão. Outras unidades como o CE Gomes Freire de Andrade, na Penha, CE Professor Joao Borges De Moraes, na Maré, CE Julia Kubitschek, no Centro do Rio, CE Prof. Minervina Barbosa de Castro, em Duque de Caxias, e CE Conde Pereira Carneiro, em Angra dos Reis, tiveram 80% de adesão. O Sepe estima que a lista completa será divulgada até quinta-feira (18).
Já o Governo do Rio divulgou números conflitantes com estes informados pelo Sepe. Segundo a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, 96% dos professores da rede estão trabalhando normalmente nesta quarta-feira (17).
Segundo o diretor do Sepe, Marcelo Sant'Anna, a proposta é prejudicial aos professores e um desrespeito ao plano de cargos e salários. "A greve é pra que a gente deixe de receber o pior salário do Brasil, para que funcionários de escolas não recebam abaixo do salário mínimo, pela revogação imediata do Novo Ensino Médio, por concurso público, migração, pelo fim da violência nas escolas, pelos animadores culturais, enfim, pelos nossos direitos, pela educação pública de qualidade e o futuro das novas gerações", disse a direção em comunicado.
Na quinta-feira (18), uma nova assembleia está marcada para às 14h no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio, e, em seguida, os grevistas vão seguir em marcha ao Palácio Guanabara. Eles esperam dialogar com o secretário ou o governador Cláudio Castro. A reportagem questionou se o governo pretende se reunir com os integrantes do Sepe na tarde de quarta-feira (18), no entanto não obteve resposta.
A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse que respeita a decisão de greve dos profissionais da Educação e que cabe aos órgãos de Justiça verificar sua legalidade.
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