Publicado 21/06/2023 19:01 | Atualizado 21/06/2023 19:05
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Andrea Cristina da Silva, acusada de envolvimento na morte da professora aposentada Sônia Maria da Costa, de 79 anos.
Em documento assinado na quinta-feira passada (15), o desembargador Fernando Antonio de Almeida afirma que não há constrangimento legal a ser sanado e, por isso, o pedido foi recusado. Procurado, o advogado Michel Gomes Vinagre informou que recorrerá da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Dona de mais de 20 imóveis na Zona Norte do Rio e com mais de R$ 5 milhões no banco, a professora aposentada foi vítima de um golpe aplicado por uma quadrilha especializada em roubar idosos. No fim de 2020, ela foi mantida em cárcere privado pelos criminosos por pelo menos três semanas, sendo dopada diariamente até morrer.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, Andrea foi responsável pela lavagem de dinheiro da quadrilha. Ela teria acessado as contas de Sônia e enviado uma quantia de R$ 431 mil para uma empresa que seria administrada por ela.
Relembre o caso
As investigações apontam que Danielle Esteves de Pinto alugou um dos imóveis de Sônia e passou a se aproximar da idosa. Com a confiança da vítima, os criminosos começaram a dopá-la para realizar vários saques e transferências bancárias.
Os vizinhos da aposentada, que morava em Vila Isabel, começaram a desconfiar da situação quando ela desmaiou ao ser procurada para uma conversa sobre contratos de aluguel. Ao chamarem a ambulância, eles estranharam que Danielle, a inquilina nova, estava tão íntima que tinha fácil acesso à casa da Sônia.
Os moradores foram ao hospital e o médico disse que ela estava bem de saúde, mas bastante desorientada. Já em casa, idosa comentou que não se lembrava de nada, apenas de ter assinado uns papéis, mas não sabia quais e nem de que se tratavam. Poucos dias após esse episódio, ela sumiu de casa.
Mesmo com sumiço, a cobrança dos aluguéis continuou a ser feita. Além disso, os inquilinos receberam um comunicado de que os negócios dela passariam a ser administrado por um escritório de advocacia em nome de José Pinto, também preso por envolvimento com a quadrilha. Em novembro de 2020, os vizinhos mais próximos denunciaram o desaparecimento.
As investigações apontam que Sônia foi levada para um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde morreu após ser dopada por diversas vezes. Para ocultar o corpo, os criminosos anda enterraram a vítima com outro nome.
Danielle, José, Andréa e Diana Regina dos Santos Simões, também apontada como integrante da organização criminosa, foram pesos e respondem por extorsão com resultado em morte.
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